Nora de Ratinho, Bruna Massa relembra diagnóstico de hidrocefalia do filho: 'Perdi o chão'
Ela é mãe de Noah, diagnosticado com hidrocefalia, e de Davi
Bruna Massa diz ter ficado sem chão há sete anos, quando estava grávida do primeiro filho, Noah, e descobriu, ainda durante a gestação, que o menino havia sido diagnosticado com hidrocefalia. A psicóloga – casada com Gabriel Massa e nora do apresentador Ratinho – relembra que, além das dificuldades da gravidez, precisou lidar com o medo de que o filho não sobreviveria.
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"Foi muito difícil esse primeiro momento. Eu me vi bem perdida. Quando descobri o diagnóstico, não sabia para qual médico ir, como era uma UTI neonatal, para onde ele precisaria ir se sobrevivesse. Tive que lidar com tudo isso durante a gravidez, com aqueles hormônios todos. Passei pelo luto daquele filho idealizado. Tudo aquilo que imaginava que iria acontecer, já não sabia mais. Perdi o chão mesmo. Não sabia o que estava por vir e as perspectivas médicas são muito duras", relembra ela em entrevista ao Terra.
A hidrocefalia é uma condição médica séria caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido cefalorraquidiano (LCR) nas cavidades ventriculares do cérebro, levando a um aumento da pressão intracraniana. Isso pode resultar em danos ao tecido cerebral e afetar suas funções, manifestando-se através de sintomas que variam com a idade do paciente, como aumento do tamanho da cabeça em bebês e problemas de equilíbrio em adultos.
Bruna é psicóloga e já fazia terapia quando recebeu o diagnóstico, o que ela considera ter sido uma grande ajuda para superar o susto inicial. Aos poucos, os medos foram sendo substituídos por esperança, que ganharam ainda mais força com o nascimento de Noah. Mas os primeiros anos de vida do primogênito foram marcados por novas dificuldades.
"Tive uma dificuldade muito grande de delegar. Apesar de eu ter condição financeira para ter organização, pessoas para me ajudarem e uma rede de apoio, não conseguia passar comandos para cuidarem do Noah. Eu tinha a crença limitante de que me anular era uma forma de amor. Tive muita dificuldade nesse processo de sobrecarga, porque eu realmente não conseguia pedir ajuda."
Foi quando Bruna percebeu que o filho também era prejudicado por esse comportamento. "Quando eu não tava legal, o Noah também não tava. Então, percebi que para ele estar bem e se desenvolver, eu precisava ficar bem e me organizar."
Além da sobrecarga, a psicóloga também lidou com a ansiedade. "No começo, eu tinha muita ansiedade, tinha dificuldade para dormir e ficava em estado de alerta o tempo inteiro. Isso acomete muitas mães, e aconteceu comigo. Quando seu filho passa por diversas intercorrências, por exemplo, você fica com o seu mecanismo desregulado. Qualquer intercorrência, qualquer tossida errada do seu filho, você já fica ali numa ansiedade que não é proporcional", analisa a psicóloga.
Com base em tudo que viveu ao longo dos 7 anos de vida de Noah e da experiência que tem no consultório, onde atende mães e crianças atípicas, Bruna decidiu usar a visibilidade que tem para levar conscientização para outras mães por meio de conteúdos nas redes sociais e de um curso onde dá conselhos e dicas práticas, como onde buscar ajuda profissional e o que fazer caso algum direito não seja respeitado.
"Organizar uma rotina de terapia, organizar a sua casa, estruturar sua rotina é realmente bem complicado. Você vai aprendendo às cegas", relembra ela, que quer ajudar mães a passar por esse processo de uma maneira mais simples. Por isso, Bruna reforça a importância do cuidado com as mães e também deixa um conselho para as famílias que receberam um diagnóstico.
"Falaria para a pessoa respirar fundo e ir com calma. Não se desesperar, porque tudo tem seu tempo. E, realmente, entender que você não vai conseguir fazer tudo sozinha. Você precisa de apoio, você precisa construir a sua rede de apoio, buscar informação e, aos poucos, as coisas vão, sim, ficar bem. Tentar, ao máximo possível, ter a consciência de que a maternidade atípica, um filho com diagnóstico, é um convite pra um novo olhar sobre a vida", conclui.