Escolha da rainha do samba de SP é muito mais que globeleza
Força popular do carnaval da capital paulista é anterior e vai além dos desfiles transmitidos pela televisão
Há 15 anos, o concurso é realizado pela União das Escolas de Samba (UESP). Ela foi fundada em 1973, com mais de meio século à frente do carnaval dos bairros de São Paulo. Além da rainha, foram escolhidas duas princesas e dois passistas.
A Rainha, duas princesas e dois passistas foram escolhidos pela União das Escolas de Samba (UESP) no Memorial da América Latina, na noite de 8 de fevereiro (veja os nomes no final da matéria).
A corte representa 64 agremiações reunidas na UESP, que realiza desfiles em dois locais da capital paulista, nas zonas leste e oeste, e chega a reunir meio milhão de pessoas.
O concurso teve dez candidatas e oito passistas de agremiações de base do carnaval paulistano, provando que a festa ainda é do povo. Devem ter dado duro para fazer as roupas do concurso.
As mulheres desfilam corpos naturais e nos fazem pensar que moram longe do centro, trabalham como recepcionistas, fazem faculdade à noite. Os homens, alinhadíssimos, seriam entregadores, professores de academia, pais de família.
O que a corte faz?
“A função da corte, além de recepcionar as escolas e os blocos, é de recepcionar o público. A interação é durante o período todo do desfile. Precisa interagir, tirar fotos, se apresentar para as crianças”, explica Alexandre Magno, presidente de UESP.
“A gente tenta resgatar a postura do malandro, o passista que tem aquele gingado mais malemolente. É malandro no bom sentido. Além do samba no pé, tem que ter comunicação, saber estar no meio das pessoas, ter representatividade”, diz Magno, ele mesmo uma realeza popular.
Tímido e emotivo, o discreto apelido de Nenê se sobrepõe ao registro de batismo, o mesmo de uma das figuras mais espetaculares da história humana, Alexandre Magno, ou Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, nascido 356 anos antes de Cristo.
Como foi a festa?
Quem espera para ver os desfiles de carnaval das escolas mais badaladas pela televisão, perde a oportunidade de conhecer a força do carnaval do povo, feito nos bairros, com garra, paixão e profissionalismo.
O evento no Memorial da América Latina, transmitido via internet, com várias câmeras, teve gente da pesada entre os jurados, como Eliane Dias, a mulher à frente da família Racionais MCs; Telma Assis, ex-BBB; e a cantora e compositora Eliana de Lima.
O concurso é organizado pela UESP há 15 anos. A União foi fundada em 1973, com mais de meio século à frente do samba dos bairros de São Paulo. A UESP é anterior à Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo.
O trabalho da União é garantir o carnaval popular na capital paulista, com escolas de bairro tradicionais, como a primeira da capital, a Lavapés, fundada em 1937 – neste ano, ela desfila no dia 2 de março.
Conheça a corte real do carnaval 2025
Rainha: Negra Du
Primeira princesa: Joyce Lima
Segunda princesa: Maiara Amâncio
Passista de ouro: Kauã Nogueira
Passista de prata: Levy de Souza
Serviço
Os desfiles do Carnaval da UESP começam no dia 22 de fevereiro e vão até 3 de março.
São dois locais:
Vila Esperança: Rua Alvinópolis (Metrô Vila Matilde)
Butantã: Av. Eliseu de Almeida (Metrô Vila Sônia)
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