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Um olhar para o Japão

10 mai 2019 - 09h00
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Um olhar para o Japão
Um olhar para o Japão
Foto: Chris Penna / Viagem de Família

A Cris é uma amiga muito querida, que a vida me trouxe de surpresa e ao acaso. Foi quem me iniciou na meditação e me presenteou com ensinamentos para a vida.

Em nossas conversas, seu vínculo com a cultura japonesa sempre me chamou atenção — mesmo não tendo raízes orientais, o carinho e o respeito com que ela fala do Japão me impressiona. Até que um dia ela me contou sobre sua viagem à “Terra do Sol Nascente”.

E foi uma viagem muitíssimo especial. Aos 53 anos, a Cris encarou, sozinha, uma viagem de 40 dias ao Japão por um motivo bastante inusitado — conhecer a província de Ibaraki, local onde foi criada a arte marcial AIKIDO, e se preparar para um grande desafio — o exame para sua faixa preta de 2º grau. 

Ela sentia, no fundo do seu coração, que precisava viver, in loco, essa cultura e experiência. E com muito carinho, ela divide com a gente um pouco desta história…

Como foi chegar ao Japão?

Foi extremamente emocionante…eu não parava de chorar. Era como se eu estivesse voltando para casa, pois tudo pra mim era muito familiar. Apesar de não falar japonês eu me sentia muito em casa, muito segura e em paz.

Como foi a experiência de treinar num local tão especial para os praticantes de AIKIDO?

Foi um aprendizado enorme e que carrego até hoje comigo. Pelo fato de não entender a língua, tive que aprender tudo através do campo sensorial, do tato e do olhar. Desenvolvi uma capacidade de observação imensa, pois conseguia entender muita coisa só pelo olhar…aprendi algumas palavras e expressões básicas do dia a dia, que na hora do treino eram suficientes. No transcorrer do dia vivia um processo de meditação plena o tempo todo, pois estava sempre muito atenta a tudo e a todos, tudo me encantava e tudo me fazia muito feliz.

Quais as diferenças culturais mais importantes você sentiu?

A cordialidade entre as pessoas, a limpeza, o cuidado com o patrimônio e os horários que são extremamente respeitados foram as coisas que mais chamaram minha atenção. Você tem a sensação de que lá tudo funciona. Fui ao Japão 6 meses depois do grande tsunami de 2011 e me surpreendi com o país já recuperado…sem rachaduras nos asfaltos, casas recuperadas e as pessoas seguindo suas vidas.

E por falar em tsunami, por conta de sua localização o Japão está bastante sujeito à desastres naturais. Você presenciou algum tipo intempérie?

Cheguei a passar pela experiência do Taifu, que é o furacão….esse foi um momento bem tenso, pois a gente escuta o vento chegando e carregando tudo que estiver pela frente. Eles têm um sistema meteorológico, que avisa o horário em que as chuvas e os taifus vão chegar em cada região e assim a população tem como se preparar para o evento. Confesso que foi bem assustador.

O que essa viagem representou na sua vida?

Essa viagem foi um grande marco pra mim. Poder estar presente no local onde o mestre do AIKIDO viveu e morreu teve um significado muito grande. Poder treinar com seus alunos foi mais forte, emocionante, foi um momento de poder viver a arte no seu local de origem e honrar a prática que realizo.

Conhecer uma cultura tão antagônica à nossa amplia a nossa forma de ver e sentir o mundo. Sou de opinião que devemos nos contaminar com outras culturas e assim ampliar nossa capacidade de amar. Desenvolver a empatia e compaixão pelo mundo. Viajar, viver e conhecer outras culturas é uma benção.

Cris, muito obrigada por dividir um pouco desta experiência. Que você continue levando amor, empatia e compaixão para a vida das pessoas.

E se você conhecer mais o trabalho da Cris com meditação, aromaterapia e terapias holísticas, visite o site.

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O passarinho que ajudou a transformar o famoso trem-bala do Japão:
Viagem de Família
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