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Para nunca ninguém jamais esquecer

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Fica perto da Porta de Brandemburgo uma das vistas mais conhecidas de Berlim. Muitos falam dele como um "antimonumento", ou um "não-lugar". De fato, custa classificá-lo: não é um museu, não se trata de uma exibição das fotos de cadáveres. É o Memorial do Holocausto. A visita ao local é uma experiência que mexe muito a fundo: são 90 mil metros quadrados com corredores pelos quais se anda entre 2.711 blocos de concreto cinza escuro.

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Embaixo dessa massa de concreto e pedra está o Centro de Informações. Sem placas e sem identificações, há apenas seis rostos de vítimas do nazismo, com seus nomes e locais de origem que, na entrada, recebem o visitante. Tudo é preto, branco e cinza. São quatro espaços quadrados.

Poucas fotos, pequenas e discretas. Um banco de dados dispõe cerca de 700 biografias, pessoas identificadas com seus nomes, idade, profissão, estado civil e condições em que morreram. Representam os seis milhões de vítimas da Shoah. "Um grito silencioso no espaço climatizado", disse o jornal Der Tagesspiegel. Também o filósofo italiano Giorgio Agamben destacou as duas dimensões do Memorial: "uma sobre o solo, exposta, mas na qual nada se lê. E outra subterrânea, onde se tem acesso à leitura".

Inaugurado em 2005, após 17 anos de controvérsias e com um custo de mais de 27 milhões de euros, o Memorial foi desenhado pelo arquiteto americano Peter Eisenman, que acredita no poder provocador da simplicidade.

Críticos falam de estetização do horror, outros entendem que 60 anos depois é tarde demais para construir um memorial. Os blocos foram tratados com um produto antipichação, mas houve um escândalo quando veio à tona que a empresa que manufatura o material tinha produzido gás venenoso utilizado nos campos de extermínio.

Mais de 3 milhões e meio de pessoas visitaram o local no seu primeiro ano. Elas tiveram a oportunidade de ler as palavras do químico, filósofo e escritor italiano, sobrevivente de um campo, Primo Levi, expostas no ingresso do centro de visitantes: "Aconteceu, ou seja, pode acontecer de novo: é isso o mais importante que temos para dizer".

Agência Andrés Bruzzone Comunicação

Fonte: Especial para Terra
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