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Uso de plasma contra covid-19 não tem eficácia comprovada

Organização Mundial da Saúde afirmou que são necessários estudos maiores para comprovar efeitos contra o novo coronavírus

24 ago 2020 - 09h28
(atualizado às 09h47)
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A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, afirmou nesta segunda-feira, 24, que os estudos existentes sobre o uso de plasma sanguíneo no tratamento de covid-19 não são suficientes para comprovar eficiência.

O flebotomista Wilson desmonta um kit de aférese após o processamento do plasma convalescente para um estudo de tratamento experimental durante o surto da doença coronavírus (COVID-19), em Seattle
O flebotomista Wilson desmonta um kit de aférese após o processamento do plasma convalescente para um estudo de tratamento experimental durante o surto da doença coronavírus (COVID-19), em Seattle
Foto: Lindsey Wasson / Reuters

"Os estudos realizados [sobre plasma] foram relativamente pequenos. Em alguns casos, apontaram para alguns benefícios, mas ainda não são conclusivos", afirmou durante coletiva de imprensa.

Após pressão do presidente dos Estados Unidos,Donald Trump, a agência regulatória de alimentos e medicamentos do país -a Food and Drug Administration (FDA) - autorizou o uso emergencial da terapia neste domingo, 23. Soumya afirmou que as nações podem optar por esse tipo de aplicação enquanto não existem resultados definitivos, se avaliarem que os benefícios do tratamento compensam os riscos.

"O plasma convalescente ainda é uma terapia experimental. Recomendamos que ela continue a ser avaliada em estudos bem organizados com pacientes randomizados", acrescentou a cientista.

O conselheiro-sênior da OMS, Bruce Aylward, disse que os efeitos colaterais da aplicação do plasma vão de febre baixa a danos graves no pulmão e sobrecarga circulatória, complicação associada à transfusão.

O tratamento consiste em aplicar plasma sanguíneo de pacientes recuperados do novo coronavírus em doentes com a infecção. Soumya explicou que essa terapia vem sendo aplicada há mais de 100 anos contra doenças infecciosas, com resultados efetivos contra algumas dessas.

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Estadão
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