Só 1 em cada 3 mulheres negras pratica exercícios no Brasil
Pesquisa nacional revela que desigualdade racial também impacta hábitos de saúde e acesso ao autocuidado
O autocuidado ainda está longe de ser uma realidade acessível para todas as mulheres no Brasil. Dados do Check-up de Bem-Estar 2025, pesquisa conduzida pela Vidalink, mostram que apenas 33% das mulheres negras praticam exercícios físicos ao menos uma vez por semana.
Entre as mulheres brancas, o índice sobe para 42%, evidenciando como a desigualdade racial também se reflete nos hábitos de saúde.
Quando o recorte inclui homens e mulheres, o cenário segue desigual. Apenas 37% das pessoas pretas e pardas relatam manter uma rotina regular de exercícios, contra 45% das pessoas brancas.
O levantamento analisou dados de 11.600 colaboradores de 250 empresas de grande porte em todo o país, coletados entre janeiro e junho de 2025 por meio do aplicativo da Vidalink.
Exercício físico e bem-estar emocional
A prática regular de atividade física está diretamente associada à melhora do bem-estar emocional e à prevenção de doenças crônicas, como diabetes, depressão e ansiedade. Esses problemas afetam não apenas a saúde individual, mas também a produtividade e o desempenho no ambiente de trabalho.
De acordo com Luis Gonzalez, CEO e cofundador da Vidalink, o exercício promove adaptações fisiológicas importantes.
"Poder priorizar o momento de autocuidado melhora o desempenho das funções no trabalho. No entanto, a sobrecarga, especialmente a dupla jornada, faz com que a saúde fique em segundo plano", analisa.
Desigualdade e sobrecarga dificultam o autocuidado
Segundo o executivo, fatores estruturais como carga excessiva de trabalho, responsabilidades domésticas e menor acesso a recursos dificultam a adoção de hábitos saudáveis, especialmente entre mulheres negras.
Cenário reforça a necessidade de políticas corporativas mais inclusivas e sensíveis às diferentes realidades dos colaboradores.
Entre os benefícios do exercício regular estão o aumento da disposição, da concentração e da resiliência, além da redução do absenteísmo e da prevenção de acidentes de trabalho.
Atividade física como investimento em saúde corporativa
Para as empresas, incentivar a prática de exercícios deve ser visto como um investimento estratégico. "Ações como benefícios voltados à prática esportiva, programas de acompanhamento físico e acesso facilitado a academias podem estimular hábitos mais saudáveis", sugere Gonzalez.
Os dados do estudo reforçam que promover bem-estar exige ir além do discurso e enfrentar desigualdades que ainda limitam o acesso ao autocuidado no Brasil.
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