OMS: depressão e ansiedade geram perdas de US$ 1 trilhão
Depressão e ansiedade geram perdas globais estimadas em US$ 1 trilhão por ano em produtividade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O número acende um alerta para governos e empresas, que passam a encarar a saúde mental não apenas como uma questão individual, mas também como um fator econômico, com reflexos diretos no desempenho, nos afastamentos e nos custos operacionais.
Janeiro Branco expõe impacto da saúde mental na produtividade das empresas
A campanha Janeiro Branco chega a 2026 em meio a um cenário preocupante para empresas e trabalhadores. O avanço dos transtornos emocionais e o aumento dos afastamentos colocaram a saúde mental no centro do debate sobre produtividade, custos e desempenho no ambiente corporativo.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), depressão e ansiedade geram perdas globais estimadas em US$ 1 trilhão por ano em produtividade. No Brasil, os transtornos mentais já estão entre as principais causas de licenças médicas prolongadas, com impacto direto nas rotinas de trabalho.
Saúde mental deixa de ser questão individual
Para Rodrigo Araújo, CEO da Global Work, o momento reforça que o tema deixou de ser uma preocupação apenas pessoal e passou a afetar diretamente os resultados das empresas.
"Quando a organização só olha para a saúde emocional depois que o afastamento acontece, ela já está lidando com prejuízo. A prevenção ajuda a reduzir custos invisíveis e protege o desempenho do negócio", afirma.
Tradicionalmente associada a reflexões individuais no começo do ano, a campanha Janeiro Branco ganha força no ambiente corporativo diante do aumento do absenteísmo e da queda de produtividade.
Adoecimento emocional afeta até quem não se afasta
Levantamentos do Ministério da Saúde indicam que transtornos de ansiedade atingem cerca de 9,3% da população brasileira, índice superior à média global. Esse cenário se reflete no ambiente de trabalho.
Estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que problemas de saúde mental estão entre os principais fatores ligados ao presenteísmo — quando o profissional segue trabalhando, mas com rendimento abaixo do esperado.
Esse tipo de situação costuma elevar custos operacionais e comprometer resultados no médio e longo prazo.
Falta de prevenção pesa no caixa das empresas
Nos últimos anos, empresas que negligenciaram o cuidado emocional passaram a enfrentar maior rotatividade, aumento de despesas assistenciais e dificuldade para reter talentos.
Já organizações que adotaram ações preventivas registraram redução de afastamentos e melhora nos indicadores de engajamento. A diferença está, segundo especialistas, na forma como o tema é tratado: de maneira pontual ou como parte da gestão.
Campanha alerta, mas mudança precisa ser contínua
Rodrigo Araújo avalia que o Janeiro Branco cumpre um papel importante ao dar visibilidade ao tema, mas alerta para o risco de ações restritas ao mês de janeiro.
"A saúde mental precisa estar no planejamento anual da empresa, com indicadores claros e acompanhamento constante. Não é só campanha, é gestão", diz.
Entre as medidas mais adotadas estão o monitoramento do absenteísmo, acesso facilitado a apoio psicológico, capacitação de lideranças e integração entre saúde física e emocional.
Essas práticas ganharam ainda mais relevância após a atualização da NR-1, que passou a incluir oficialmente os riscos psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.