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Obesidade persiste nos jovens americanos

16 mai 2014 - 16h56
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Ao contrário do que informaram recentemente as autoridades federais, a obesidade não cede nas crianças e nos adolescentes americanos há dez anos, de acordo com estudo publicado nesta semana, que também revela um aumento da obesidade mórbida.

"Além de um aumento da obesidade extrema (ou mórbida), a prevalência da obesidade realmente não variou nos últimos 14 anos", disse a doutora Asheley Cockrell Skinner, da faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte (sudeste dos EUA) e principal autora do estudo publicado no Journal of the American Medical Association (Jama).

Segundo os pesquisadores, 17,3% das crianças e dos adolescentes americanos eram obesos em 2012, quase o mesmo percentual de 1999. Além disso, a proporção de jovens extremamente obesos mais do que dobrou no período, passando de 0,9% para 2,1%.

Os resultados se baseiam na análise de dados recolhidos entre 26.690 participantes de 2 a 19 anos de idade entre 1999 e 2012, no âmbito de uma investigação nacional sobre saúde e nutrição.

A obesidade mórbida se define por um índice de massa corporal (peso dividido pelo quadrado da altura) superior a 40. Assim, uma criança de 10 anos que meça 1,37 metro e pese 43 kg é considerado obeso e extremamente obeso se seu peso for de 59 kg, ou mais.

Essas conclusões contradizem um relatório dos Centros Federais de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de 25 de fevereiro passado, que mostrava uma queda espetacular da obesidade nas crianças de 2 a 5 anos entre 2003 e 2012, cujo percentual caiu de 14% para 8%.

"Se começarmos em 2003 e compararmos as cifras dos anos seguintes, observa-se uma forte baixa. Mas, na verdade, depois de 2003, as cifras voltam aos níveis anteriores, o que significa que a taxa (de obesidade) se manteve estável entre 1999 e 2012", afirmou Skinner.

É "importante que se discuta o tema, porque o informe dos CDC apresenta o risco de fazer as pessoas pensarem que a obesidade infantil melhora e que não há razão para se preocupar", avaliou Skinner.

"Penso que se deve à forma como nossas crianças se alimentam, à alimentação de que dispomos e ao fato de que são menos ativos fisicamente, devido à televisão e aos videogames", afirmou.

Segundo o doutor e e co-autor do estudo, Joseph Skelton, do centro médico da Universidade Wake Forest na Carolina do Norte, "houve avanços na questão política de saúde para informar, mas devemos fazer mais para ajudar as famílias a ter uma vida cotidiana mais saudável".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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