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Obesidade: escolha dos alimentos interfere mais do que a quantidade, diz estudo

Alimentos processados e carboidratos simples, mesmo em menores quantidades, podem contribuir para o ganho de peso

16 set 2021 - 17h02
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Descoberta pode facilitar o combate à obesidade
Descoberta pode facilitar o combate à obesidade
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

A obesidade, infelizmente, é uma condição muito presente na atual sociedade. Não é novidade para quase ninguém que ela pode ser a responsável pelo desenvolvimento de uma série de doenças, como diabetes, hipertensão e complicações cardiovasculares. Pode, inclusive, aumentar o risco de morte por Covid-19.

Existe também uma espécie de crença popular que aponta como causa da obesidade o excesso de comida. Porém, pesquisadores norte-americanos sugerem que - quando o assunto é ganho de peso - a qualidade dos alimentos ingeridos interfere mais do que a quantidade.

Foi o que disse um estudo produzido pela Harvard Medical School e publicado pelo The American Journal of Clinical Nutrition. De acordo com a pesquisa, o consumo de carboidratos com alto índice glicêmico, como doces e refrigerantes, associado a ingestão de produtos altamente processados e industrializados, como fast-food e biscoitos recheados são os grandes vilões da história. Eles podem acelerar o ganho de peso, mesmo quando não são consumidos em grandes quantidades.

Segundo David Ludwig, um dos principais autores do estudo, a redução de carboidratos de rápida digestão na dieta pode diminuir a capacidade do organismo estocar gordura. O resultado disso, segundo ele, é que as pessoas poderiam perder peso sem ter que passar fome. Algo que facilitaria o combate à obesidade no mundo todo.

Entenda mais sobre a obesidade

De acordo com o último censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a obesidade é realidade para um a cada quatro brasileiros. Sem falar que mais de 60% dos adultos do país estão acima do peso. Tudo isso configura a situação como um grave problema de saúde pública.

Para a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), o problema exige atenção e tratamento. "Em primeiro lugar as pessoas têm que entender que a obesidade não é uma condição estética e sim uma doença crônica. E, como doença crônica, deve ser tratada de forma crônica, para o resto da vida. É uma doença que não tem cura", conta.

A principal maneira de evitar que o excesso de peso chegue no estágio da obesidade e se torne um problema crônico, é ficar atento aos sinais que o corpo dá. Pessoas que possuem apenas alguns quilos a mais também precisam ficar em estado de alerta. "Uma pessoa deve começar a se preocupar quando ela sai da faixa de normalidade de peso. E como que ela descobre isso? É quando faz a mesma conta para o cálculo do IMC, que é dividir a sua altura em cm² pelo peso. Se ela encontrar qualquer valor acima de 25, ela está em sobrepeso", explica a especialista.

Como frear o ganho de peso

O ideal nessa hora é analisar o estilo de vida e procurar mudanças. Apostar em uma dieta mais saudável, longe de carboidratos de alto índice glicêmico - como sugeriu o estudo da universidade de Harvard - e começar a praticar atividades físicas. São essas atitudes que vão favorecer a perda de peso e evitar complicações.

Por outro lado, a pandemia tornou as pessoas mais sedentárias e piorou a qualidade alimentar de muita gente. "Dados - tanto oficiais, quanto observacionais - mostram que as pessoas, ao invés de melhorarem o seu consumo alimentar, passaram a comer muito pior. Nós observamos na nossa clínica, pessoas aumentando grandes quantidades de peso e transformando-se em obesas ao longo da pandemia", conta a Dra. Garcez, que também aponta a mudança do estilo alimentar como grande solução para o problema.

"Dentre as várias etapas do tratamento médico para a obesidade, nós temos a orientação com relação a mudanças de comportamento cognitivo, orientação de mudanças de hábitos alimentares, orientação com relação a prática adequada de atividade física e a eventual prescrição de suplementos, medicamentos e terapias associadas para que esse paciente consiga manejar e tratar a doença", finaliza a médica.

Saúde em Dia
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