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O que é a 'pegada suicida', execução errada de exercício que provocou a morte de homem em academia

Especialista aponta que vítima fez atividade de forma incorreta, sem orientação e suporte profissional; Ronald José, de 55 anos, morreu após barra escapar e atingir tórax

4 dez 2025 - 18h41
(atualizado às 20h46)
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Chamada de "pegada suicida", a execução de um exercício com supino pode provocar acidentes graves e fatais. Na segunda, 1°, Ronald José Salvador Montenegro, de 55 anos, estava fazendo a atividade em uma academia de Olinda, Pernambuco, quando a barra escapou de suas mãos e atingiu seu tórax. Imagens de câmeras da academia registraram o momento do acidente.

"Ele usou a pegada falsa. O próprio nome mostra que é muito perigoso. Essa pegada é desencorajada para o público em geral e utilizada por pessoas altamente treinadas. Em algumas abordagens, essa pegada tem o nome esdrúxulo de 'pegada suicida'", explica o professor Junior Jocas, membro da diretoria do Conselho Federal de Educação Física (Confef), em entrevista ao Estadão.

No vídeo, é possível ver que o homem estava com o polegar na parte traseira da barra, junto com outros dedos, permitindo que o equipamento escapasse para a frente.

De acordo com Jocas, a forma como o homem segurou a barra foi inadequada pelo risco que representa. "Quando a gente trata do supino reto é recomendada a pegada fechada, em arco, onde o polegar fica ativo", afirma.

3/12/2025 O aluno de uma academia localizada na cidade de Olinda, em Pernambuco, morreu após ser atingido por uma barra de supino enquanto fazia exercício na RW Academia.
3/12/2025 O aluno de uma academia localizada na cidade de Olinda, em Pernambuco, morreu após ser atingido por uma barra de supino enquanto fazia exercício na RW Academia.
Foto: Reprodução/ Redes Sociais / Estadão

Outra problema apontado pelo professor é a ausência de orientação e suporte profissional no momento da execução do exercício. "O suporte pode até ser feito por um colega de treino, na hora de ajudar com a barra, mas a orientação tem que ser com um profissional de Educação Física", disse Jocas.

Segundo ele, acidentes como o que aconteceu com Ronald, mas em menor gravidade, são rotineiros em academias. "Claro que pela tragédia de chegar a óbito, esse caso teve muito mais evidência, mas é um acidente muito comum. O supino reto é um aparelho que precisa de cuidado e supervisão constante", afirmou.

Pela experiência, o professor disse que o homem estava com uma carga entre 70 kg e 80 kg quando aconteceu o acidente. "Isso não é um peso para iniciante, que não conseguiria nem tirar a barra do rack", indicou. "Questões técnicas e de segurança devem ser sempre consideradas, independentemente de ser amador ou avançado", apontou.

Na avaliação de Jocas, o uso de acessórios, como luvas, não teria evitado da tragédia. "A luva não iria fazer muita diferença. Eu acho que não iria resolver. A pegada e a supervisão do movimento são os dois pontos principais", disse.

Dicas de segurança

A segurança no supino começa pela pegada, segundo o professor. A forma como as mãos se posicionam na barra define estabilidade, eficiência e prevenção de acidentes. Veja, abaixo, cinco dias passadas por Junior Jocas:

  1. Largura da pegada: deve ser ligeiramente maior que a distância dos ombros, permitindo que os antebraços permaneçam verticais na descida da barra. Esse alinhamento reduz torque no ombro e evita trajetórias inseguras;
  2. Posição dos punhos: devem estar neutros e alinhados ao antebraço. Punho dobrado compromete o controle e aumenta o risco de queda da barra;
  3. Pegada recomendada: deve ser fechada com o polegar envolvendo toda a barra. A chamada pegada falsa ou "thumbless" eleva significativamente o risco de acidentes e não é recomendada ao público geral;
  4. Trajetória segura da barra: descer com controle, mantendo a barra alinhada ao peitoral médio e evitando proximidade com o pescoço;
  5. Segurança como princípio: técnica adequada, supervisão profissional e progressão consciente de carga são pilares essenciais para uma prática segura.
Estadão
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