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Morte de Lygia Fazio: o que é PMMA e quais os riscos?

Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica condena uso de substância para fins estéticos

1 jun 2023 - 13h31
(atualizado às 15h09)
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Lygia Fazio
Lygia Fazio
Foto: Reprodução/ Instagram @lygiafazio

Modelo, jornalista e ex-assistente de palco do extinto "Legendários", Lygia Fazio faleceu na noite de quarta-feira (31). A mulher de 40 anos estava internada há três semanas em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC).

O AVC, por sua vez, foi mais uma consequência dos problemas de saúde que acometeram Lygia no ano passado. Tudo começou quando a modelo se submeteu a uma aplicação de silicone industrial e PMMA (polimetilmetacrilato), um material plástico constituído por micropartículas de um análogo ao acrílico, na região dos glúteos.

Como as substâncias não são absorvíveis pelo organismo, o procedimento não foi bem sucedido - elas se espalharam pelo corpo de Lygia, provocando uma série de infecções. Com isso, a modelo precisou realizar outras cirurgias e passou 100 dias internada na tentativa de retirar os compostos do corpo.

Quais os riscos associados ao uso de PMMA?

O PMMA deve ser usado exclusivamente para corrigir pequenas deformidades e em pacientes com lipodistrofia de HIV. "Não recomendamos sua utilização para fins estéticos", pontua a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Em nota pública divulgada em junho passado, a SBCP lembrou que tal uso é "extremamente perigoso" e "pode ocasionar complicações precoces e tardias de difícil resolução". Dentre elas, a entidade citou a formação de nódulos, massas e processos inflamatórios e infecciosos, capazes de provocar danos "desastrosos e irreversíveis".

Membro da entidade, o cirurgião plástico Luís Maatz detalhou os danos a pedido do Terra. "Os sinais de complicações locais mais comuns são enrijecimento e nódulos nas áreas aplicadas, que podem se tornar avermelhados; formação de abscessos, com saída de pus ou até necrose dos tecidos. Complicações à distância incluem falta de ar e dor torácica (no caso de embolia pulmonar) e diversas alterações neurológicas, no caso do AVC", disse o médico, especialista em Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Reconstrução Mamária.

E quanto ao silicone industrial, quais os riscos?

Maatz afirma que o silicone industrial nunca teve finalidade de uso em seres humanos, portanto tal aplicação é altamente perigosa, com danos até mais graves que os provocados pelo PMMA porque a substância se espalha mais entre os tecidos, ocorrendo o fenômeno de migração para áreas onde não foi aplicado. "A associação dos dois produtos potencializa os riscos do procedimento".

Despedida de Lygia

Diante da consequência fatal, o corpo de Lygia é velado e cremado até às 16h desta quinta-feira (1º), no cemitério e crematório Valle dos Reis. O espaço fica em Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo. A modelo deixa dois filhos, Davi e Thor.

Fonte: Redação Terra Você
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