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‘Meu olho estava enorme’: mulher tem infecção grave após erro em aplicação de ácido hialurônico nas olheiras

Profissional aplicou produto no local errado. Especialista dá dicas de cuidados a serem tomados para evitar casos semelhantes

1 jul 2025 - 17h03
(atualizado às 18h29)
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Resumo
Mulher mineira sofre infecção grave após erro em aplicação de ácido hialurônico nas olheiras; especialista reforça importância de escolher profissionais qualificados e produtos seguros para procedimentos estéticos.
‘Meu olho estava enorme’: mulher tem infecção grave após erro em aplicação de ácido hialurônico nas olheiras
‘Meu olho estava enorme’: mulher tem infecção grave após erro em aplicação de ácido hialurônico nas olheiras
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

A professora mineira Marina Marques, de 29 anos, levou um susto após acordar e perceber que seus olhos estavam vermelhos e inchados. Um procedimento estético com ácido hialurônico, feito no dia anterior, desencadeou uma infecção grave no local. De acordo com ela, a profissional escolhida para o tratamento injetou o produto de forma errada. 

Ela conta que se sentia incomodada com a coloração de suas olheiras há algum tempo e, depois que se tornou mãe de Augusto, que está com cinco meses, sentiu o problema ficar mais intenso. 

“[As olheiras] tinham uma leve profundidade e, eu fui mãe recentemente, e Isso começou a me incomodar ainda mais porque começou a ficar mais pigmentado. Eu já tinha feito uma aplicação uma vez, há mais ou menos 1 ano e meio. E aí, eu decidi fazer novamente, mas desta vez com outra pessoa”, diz em entrevista ao Terra. 

Por indicação de uma amiga, ela foi até a nova profissional para a aplicação no início deste mês, em Unaí, Minas Gerais. De acordo com Marina, o uso do ácido hialurônico foi indicado pela especialista, pois ajudaria na profundidade e na pigmentação.

“Eu fiz essa aplicação em uma sexta-feira à noite, por volta das 18h30, 19h. Deu uma leve inchadinha assim. No outro dia, quando eu acordei, meu olho estava enorme. Parecendo que eu tinha sido picada por algum bicho, alguma abelha, um maribondo”, relembra. 

"No outro dia, quando eu acordei, meu olho estava enorme. Parecendo que eu tinha sido picada por algum bicho, alguma abelha, um maribondo”, relembra.
"No outro dia, quando eu acordei, meu olho estava enorme. Parecendo que eu tinha sido picada por algum bicho, alguma abelha, um maribondo”, relembra.
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Os olhos de Marina ficaram vermelhos e bastante inchados. Ela procurou a responsável, mas a profissional disse que aquele inchaço era normal, pois a reação ia de acordo com cada organismo, e a prescreveu um antibiótico.

“Fiquei tranquila. Eu sempre gostei de gravar coisas aleatórias para as minhas redes sociais, e aí, decidi gravar para o TikTok. Gravei com o meu filho no colo, contando que tive uma reação alérgica porque, até então, acreditava ser uma reação alérgica. Foi o que ela tinha me falado, e decidi confiar nela. E o vídeo viralizou”, detalha. 

“Meu olho estava infeccionado”

A primeira publicação sobre o assunto rendeu mais de 700 mil visualizações. Nos comentários, os internautas questionaram o que aconteceu e quem já tinha feito o procedimento opinou que aquela reação não era comum, chamando a atenção de Marina. 

Mais de dez dias passaram e os olhos seguiam inchados. Quando a professora perguntava, a profissional continuava afirmando que era uma reação. Ela pediu para retirar, mas a mulher disse que cobraria para fazer a retirada. Então, decidiu buscar uma segunda opinião sobre o caso. Um biomédico da região realizou uma ordenha na região para fazer uma avaliação e imediatamente percebeu que havia uma infecção.

“Ele viu que meu olho estava infeccionado e por esse motivo que o inchaço não melhorava. Ele fez a ordenha para tirar o pus e fez a aplicação da hialuronidase, que é um medicamento que quebra as moléculas do ácido hialurônico e tira esse ácido. [...] Normalmente, como uma aplicação, resolve, mas no meu caso não resolveu. Foi constatado que a pessoa, que fez a aplicação em mim, havia colocado mais produto do que o indicado. Então, ela colocou excesso de produto na camada errada do meu olho”, revela Marina. 

A professora precisou ainda procurar atendimento médico para verificar se a infecção não tinha se estendido para a corrente sanguínea. Ao receber o resultado negativo, ela começou o uso de medicamentos para tratar a condição, além de continuar com a aplicação de hialuronidase para a retirada da substância.

“Já fiz três [aplicações de hialuronidase] pra poder conseguir tirar esse ácido do meu rosto e, mesmo assim, ainda não saiu. É surreal”, lamentou. “[Meus olhos] ficaram muitos dias inchados. Eu tô com uma pequena flacidez, vai ficar mais flácido. Essa região ficou muito escura, mais escura que o normal e mais do que já era por conta disso”

Marina relatou o ocorrido à profissional que fez o procedimento e recebeu o dinheiro de volta. A responsável pela clínica ainda afirmou que não tinha condições financeiras para arcar com os gastos que a professora estava tendo. Por isso, Marina vai procurar a Justiça e registrou denúncia na Polícia Civil. 

“Ela me deixou ao Deus-dará, me deixou jogada. Não se importou muito com a minha saúde porque isso é um caso sério. Eu poderia estar cega hoje”, diz Marina. “Ela não responde mais, desativou as redes sociais dela e ainda insiste em dizer que a culpa de tudo isso é minha, pois não esperei o tempo de desinchar do produto. 12 dias seria muito pouco”. 

Cuidados com procedimentos estéticos

O Brasil está em segundo lugar no ranking mundial de procedimentos estéticos com 3,1 milhões e primeiro em cirurgicos, segundo dados do último relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), divulgado em junho de 2025. 

De acordo com o levantamento, a maioria dos procedimentos de face e cabeça apresentou um crescimento no mundo inteiro em relação ao ano anterior, com mais de 7,4 milhões. Nas intervenções não cirúrgicas, a mais comum entre homens e mulheres é a aplicação de toxina botulínica, com 7,8 milhões; em segundo lugar, as aplicações com ácido hialurônico com a mesma quantidade. 

Ao Terra, o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologistas Gustavo Novaes o aumento na procura também é percebido pelos profissionais e, por isso, é muito importante que o paciente procure o profissional adequado e com a especialização certa para fazer o procedimento. 

“É muito importante que você preste atenção na escolha do profissional que vai realizar o seu procedimento. O paciente deve procurar por um profissional médico, especialista na área. No caso do profissional dermatologista, ele pode verificar se esse profissional é realmente registrado no Conselho Federal de Medicina, também no Conselho Regional do seu estado. Além de ter um registro chamado RQE, que é o Registro de Qualificação de Especialista. Esse registro pode ser localizado no site do Conselho Federal de Medicina ou do Conselho Regional de Medicina do estado”, orienta. 

Outro ponto destacado pelo especialista é o produto que vai ser aplicado. De acordo com ele, é muito importante que o profissional converse com o paciente e explique qual tipo de produto será aplicado. “O paciente pode tirar todas as dúvidas, pedindo, eventualmente, inclusive, para verificar o produto que vai ser aplicado. O profissional, no caso, o médico dermatologista, deve ter o canal de compra do produto diretamente através do fabricante. Ou seja, por canais oficiais do fabricante. Isso garante que o que o dermatologista vai receber é realmente o produto original”, destaca o especialista. 

“Agora, se o paciente procura profissionais não médicos que, eventualmente, possam ter adquirido o produto fora dos canais oficiais de venda, comprando de outras formas, por outras fontes, dificulta garantir que esse produto seja original. E fica difícil saber que tipo de produto será, realmente, injetado nesse paciente e isso é extremamente grave”, destaca. 

Novaes aponta que a injeção de produtos que não tenham sido armazenados da forma correta ou de produtos não originais podem causar um impacto grave na saúde do paciente. E por último, o médico responsável deve avaliar se o paciente realmente tem a indicação para o procedimento. “Para decidir qual procedimento estético é o mais indicado para aquele caso e para melhorar a autoestima e entregar um resultado de qualidade para aquele paciente”, diz. 

Complicações: “Temos algumas complicações que são mais frequentes, como um leve incômodo, uma leve dor no local da aplicação logo após o procedimento ou pequenos hematomas ou pequenas manchas arroxeadas no local, que também podem ocorrer e tendem a melhorar por um período curto ou poucos dias após a aplicação”, destaca. 

“Existem riscos mais sérios. Tem sempre que ficar atento se ocorrer uma dor muito intensa, um inchaço muito grande, alteração da coloração da pele como palidez, escurecimento ou manchas roxas que estejam aumentando, inclusive afetando áreas que fogem do local onde foi realizada a aplicação, um inchaço desproporcional, que a região de repente fique quente ou com secreção. Se o paciente apresentar qualquer tipo de febre, mal-estar ou outros sintomas, é muito importante que ele procure um atendimento de emergência, entre em contato com o profissional que realizou o procedimento quanto antes e procure um ajuda médica de forma mais urgente”, orientou Novaes. 

No caso de preenchimentos na face, incluindo região periorbitária ao redor dos olhos, alterações na visão são pontos muito importantes de observação. Se o paciente começar a apresentar a visão turva, pontos cegos ou perda parcial ou até total da visão. “Isso pode ser um sinal, por exemplo, de uma obstrução de um vaso e pode até levar à cegueira de forma irreversível”, destacou. 

Fonte: Redação Terra
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