HIV aumenta em até 30 vezes o risco de tuberculose
Diagnóstico precoce pelo SUS identifica a infecção antes dos sintomas e pode evitar mortes entre pessoas vivendo com HIV
HIV aumenta em até 30 vezes o risco de tuberculose
A tuberculose segue como uma das principais causas de morte entre pessoas que vivem com HIV em todo o mundo.
Durante o Dezembro Vermelho, mês dedicado à conscientização sobre o HIV/AIDS, autoridades de saúde reforçam um dado preocupante: o risco de uma pessoa com HIV desenvolver tuberculose ativa pode ser até 30 vezes maior do que na população geral.
A gravidade dessa associação está no impacto direto da imunossupressão causada pelo HIV, que facilita a progressão da infecção.
Segundo estimativas globais, cerca de um terço das mortes por AIDS está relacionado à tuberculose, o que torna a identificação precoce da doença uma estratégia central para salvar vidas.
Tuberculose latente em pessoas com HIV é uma ameaça silenciosa
Um dos principais desafios no controle da tuberculose é que a doença pode permanecer em estado latente, sem sintomas aparentes, por meses ou até anos.
Nessa fase, a bactéria já está presente no organismo, mas ainda não provoca sinais clínicos.
Em pessoas com o sistema imunológico comprometido, como aquelas que vivem com HIV, essa condição pode evoluir rapidamente para a forma ativa e contagiosa da tuberculose.
Diagnóstico precoce da tuberculose reduz mortes em pessoas com HIV
De acordo com Raphael Oliveira, Gerente de Marketing Regional LATAM para Diagnósticos Moleculares da QIAGEN, o diagnóstico da tuberculose latente permite iniciar um tratamento preventivo capaz de interromper a progressão da doença.
"Para a população vivendo com HIV, a tuberculose latente é uma ameaça silenciosa. Diagnosticá-la precocemente é uma intervenção que salva vidas", afirma.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o teste IGRA, um exame de sangue recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a detecção da tuberculose latente com alta precisão.
O método é indicado pelo Ministério da Saúde para grupos de risco, incluindo pessoas vivendo com HIV, crianças em contato com casos ativos, candidatos a transplantes e pacientes com doenças inflamatórias imunomediadas.
Segundo Oliveira, o teste reduz a ocorrência de falsos-negativos, mais comuns em pessoas com HIV, e oferece resultados em até 24 horas, facilitando o manejo clínico e a tomada de decisão terapêutica.
Prevenção e testagem são fundamentais no Dezembro Vermelho
Dados do Ministério da Saúde apontam que a coinfecção TB/HIV atinge cerca de 10% dos casos de tuberculose no Brasil, reforçando a necessidade de ampliar a testagem regular.
O tratamento preventivo da tuberculose é seguro, eficaz e reduz drasticamente o risco de complicações e mortalidade. Além do SUS, o teste IGRA também está disponível na rede privada.
Como a tuberculose pode evoluir rapidamente após uma queda imunológica, a busca ativa por casos, mesmo na fase assintomática, é uma das estratégias mais eficazes para reduzir a transmissão e os óbitos.