Hepatite B: causas, sintomas e a importância da vacinação infantil
A hepatite B é uma infecção viral que atinge principalmente o fígado e pode causar inflamação aguda ou evoluir para um quadro crônico. Veja causas, sintomas e a importância da vacinação infantil.
A hepatite B é uma infecção viral que atinge principalmente o fígado e pode causar inflamação aguda ou evoluir para um quadro crônico. Ademais, trata-se de uma doença silenciosa em muitos casos, o que explica a preocupação das autoridades de saúde em relação à prevenção. No Brasil, o vírus da hepatite B circula em diferentes regiões, afetando pessoas de várias faixas etárias. Por isso, a vacinação infantil passou a fazer parte do calendário oficial do Sistema Único de Saúde (SUS).
Como a transmissão pode ocorrer logo no início da vida, especialmente durante o parto ou em situações de contato com sangue e fluidos corporais, considera-se a imunização precoce uma estratégia essencial. Ao aplicar a vacina em bebês ainda nas primeiras horas após o nascimento, diminui-se o risco de que a infecção se torne crônica, quadro que se associa a maior chance de cirrose e câncer de fígado ao longo dos anos.
O que é hepatite B e como ocorre a transmissão?
A hepatite B é provocada pelo vírus da hepatite B (HBV), que tem afinidade pelas células do fígado. Depois de entrar no organismo, o vírus pode causar apenas um episódio agudo de inflamação ou permanecer ativo por muito tempo, caracterizando a forma crônica. Assim, nem todos percebem que foram infectados, o que contribui para a disseminação, já que uma pessoa assintomática ainda pode transmitir o vírus.
A principal forma de contágio é o contato com sangue e outros fluidos contaminados. Asim, entre as situações mais comuns estão:
- Transmissão da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto;
- Relações sexuais desprotegidas com pessoa portadora do vírus;
- Compartilhamento de agulhas, seringas, lâminas e objetos cortantes;
- Procedimentos com falha na esterilização de materiais, como tatuagens e piercings;
- Acidentes ocupacionais com material biológico em serviços de saúde.
Por que a hepatite B é tão perigosa nas crianças?
Quando a infecção acontece na infância, especialmente nos primeiros anos de vida, a chance de cronificação é muito maior. Afinal, estima-se que um bebê contaminado ao nascer tenha alta probabilidade de desenvolver hepatite B crônica, mantendo o vírus ativo por décadas. Isso aumenta o risco de lesões progressivas no fígado.
Outro ponto importante é que as crianças costumam apresentar poucos ou nenhum sintoma na fase inicial. Assim, sem sinais evidentes, o diagnóstico costuma ser tardio, realizado apenas em exames de rotina ou quando já há alterações significativas na função hepática. Portanto, a vacinação contra hepatite B se torna uma ferramenta fundamental para evitar infecções que passariam despercebidas nessa faixa etária.
Por que existe vacinação contra hepatite B nas crianças no Brasil?
No Brasil, a vacinação infantil contra hepatite B é uma política pública consolidada. O Ministério da Saúde incluiu a vacina no calendário de imunização visando reduzir a circulação do vírus e proteger especialmente recém-nascidos e lactentes. Assim, a primeira dose deve ser feita preferencialmente nas primeiras 12 a 24 horas de vida, ainda na maternidade, seguida por outras doses de acordo com o esquema recomendado.
Essa decisão se baseia em alguns fatores principais:
- Alto risco de cronificação em bebês: quanto mais cedo ocorre a infecção, maior a probabilidade de a doença se tornar crônica.
- Transmissão vertical (mãe-bebê): a proteção ao nascer reduz de forma importante a chance de transmissão durante o parto.
- Controle coletivo da doença: ao vacinar de maneira ampla, diminui-se o número de portadores crônicos na população.
- Disponibilidade de vacina eficaz e segura: a vacina contra hepatite B apresenta boa resposta imunológica e perfil de segurança conhecido.
Quais são as principais causas e fatores de risco da hepatite B?
A causa direta da hepatite B é a infecção pelo HBV, mas alguns comportamentos e situações aumentam o risco de contato com o vírus. Entre os fatores de risco mais frequentes estão:
- Relações sexuais sem preservativo com múltiplos parceiros;
- Uso de drogas injetáveis com compartilhamento de seringas;
- Histórico de transfusões de sangue antigas, antes da ampliação dos testes de triagem;
- Trabalho em áreas da saúde com exposição a sangue e secreções;
- Conviver com pessoas portadoras crônicas do vírus, quando há compartilhamento de objetos perfurocortantes;
- Filhos de mães infectadas que não receberam vacina e imunoglobulina ao nascer.
Quais sintomas podem indicar hepatite B?
Muitas pessoas com hepatite B aguda não apresentam sinais claros, o que dificulta a identificação precoce. Por isso, quando os sintomas aparecem, costumam surgir de forma gradual, lembrando um quadro gripal. Alguns sinais comuns são:
- Cansaço intenso e mal-estar geral;
- Febre baixa;
- Falta de apetite e náuseas;
- Dores musculares e nas articulações;
- Urina escura e fezes esbranquiçadas;
- Pele e olhos amarelados (icterícia).
Na forma crônica, a hepatite B pode permanecer silenciosa por muitos anos. Em fases mais avançadas, associadas a cirrose ou outras complicações hepáticas, é possível observar inchaço abdominal, perda de peso e sangramentos, entre outros sinais de doença hepática grave.
Como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento?
O diagnóstico de hepatite B é realizado por exames de sangue que identificam marcadores específicos do vírus, como antígenos e anticorpos. Esses testes permitem saber se a infecção é recente, antiga, se está ativa ou se a pessoa já está imunizada, seja por vacinação ou infecção passada.
O tratamento varia conforme o tipo de infecção:
- Hepatite B aguda: na maioria dos casos, o organismo elimina o vírus sozinho. O manejo é focado em repouso, hidratação, alimentação adequada e acompanhamento médico, evitando medicamentos que possam agredir o fígado.
- Hepatite B crônica: pode exigir uso de antivirais específicos por tempo prolongado, com o objetivo de reduzir a carga viral e retardar a progressão para cirrose e câncer de fígado.
Além da medicação, o acompanhamento periódico com exames laboratoriais e de imagem é parte importante do cuidado. A orientação geral inclui evitar consumo de álcool e substâncias que possam prejudicar ainda mais o fígado, mantendo também esquema vacinal em dia para outras hepatites quando indicado.
Qual é o papel da prevenção e da vacina contra hepatite B?
A prevenção da hepatite B combina práticas de redução de risco com a imunização. Entre as medidas de proteção estão o uso de preservativos, a não utilização compartilhada de agulhas e objetos cortantes, a realização de tatuagens e piercings em locais regularizados e o respeito às normas de biossegurança em serviços de saúde.
A vacina contra hepatite B permanece como a principal ferramenta preventiva, especialmente na infância. Ao iniciar o esquema vacinal ainda no recém-nascido e completá-lo nas idades recomendadas, a população ganha uma barreira importante contra a infecção. Isso contribui para diminuir a quantidade de portadores crônicos e, ao longo do tempo, reduz o impacto da doença no sistema de saúde e na vida das pessoas.