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Exame de sangue simples pode revolucionar diagnóstico de Alzheimer

Cientistas avaliam a detecção proteínas que sinalizam mal de Alzheimer com exames de sangue, evitando testes invasivos e caros aumentando sua periodicidade

23 jan 2024 - 15h13
(atualizado em 24/1/2024 às 14h35)
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Pesquisadores estão muito próximos de chegar a um exame de sangue simples que consegue detectar a doença de Alzheimer e as chances de apresentá-la no futuro, evitando exames caros como punções lombares e tomografias para o seu diagnóstico. No ano passado, um projeto britânico milionário foi iniciado para permitir um diagnóstico de segundos em um período de desenvolvimento de cinco anos, por exemplo.

Foto: Freepik / Canaltech

Agora, cientistas avaliam a possibilidade de um exame de sangue já utilizado comercialmente ser utilizado para detectar o Alzheimer com a mesma precisão de uma punção lombar, ou até mesmo com precisão maior. O autor principal do estudo que investiga o novo exame é Nicholas Ashton, da Universidade de Gotemburgo, que afirmou ter resultados com implicações importantes. Ele e a equipe se baseiam em estudos que mostraram uma desaceleração no declínio cognitivo mediante o uso dos remédios donanemabe e lecanemabe.

Diagnóstico simples do Alzheimer

De acordo com os pesquisadores, para receber os medicamentos novos, primeiro é preciso provar que há amiloides no cérebro, sinal da doença de Alzheimer. É praticamente impossível, no entanto, fazer punções na espinha e escaneamentos cerebrais em todas as pessoas com potencial de apresentar a doença no mundo todo.

Para detectar Alzheimer, é preciso verificar placas amiloides e proteína tau no cérebro — será possível, em breve, testar isso por exame de sangue (Imagem: Atlascompany/Freepik)
Para detectar Alzheimer, é preciso verificar placas amiloides e proteína tau no cérebro — será possível, em breve, testar isso por exame de sangue (Imagem: Atlascompany/Freepik)
Foto: Canaltech

É aí que o potencial do exame de sangue reside. O teste rápido ainda seria útil mesmo na ausência dos remédios, já que também é importante descobrir se a demência de uma pessoa é de fato causada pelo Alzheimer ou não, dando um direcionamento melhor para manejar a patologia.

Publicada no periódico científico JAMA Neurology, a avaliação dos autores mostrou que a proteína p-tau217, biomarcador conhecido para verificar mudanças no cérebro associadas ao Alzheimer, pode ser medida através do sangue. Ela pode ser usada para diferenciar a doença de outros processos neurodegenerativos e até mesmo detectá-la no caso de problemas cognitivos leves. Para facilitar o exame, o teste sanguíneo ALZpath foi estudado pelos cientistas.

Foram analisados dados de diferentes testes clínicos nos Estados Unidos, Canadá e Espanha envolvendo 786 pessoas, tanto com problemas cognitivos quanto sem eles. Todos haviam realizado punções lombares ou tomografia por emissão de pósitrons (PET) para detecção de amiloides e proteínas tau no cérebro, marcadores importantes da doença.

Caso um simples exame de sangue já consiga detectar Alzheimer, testes anuais poderão ser feitos em pacientes com mais de 50 anos facilmente (Imagem: seventyfourimages/Envato)
Caso um simples exame de sangue já consiga detectar Alzheimer, testes anuais poderão ser feitos em pacientes com mais de 50 anos facilmente (Imagem: seventyfourimages/Envato)
Foto: Canaltech

Os resultados foram comparados com os do exame de sangue ALZpath, o que mostrou uma precisão tão boa quanto a dos testes mais caros e até mesmo melhor quando comparada a medições de atrofia cerebral. Foi possível diagnosticar corretamente 80% dos pacientes apenas com o exame de sangue, sem outras investigações. Com isso, poderão ser feitos testes sanguíneos em toda a população acima dos 50 anos a cada poucos anos, assim como é feito com o colesterol alto.

Só é necessária precaução, segundo Ashton, para não usar os remédios logo após a detecção de amiloides sem sintomas, já que não há provas de que a medicação ajuda em casos ainda assintomáticos. De qualquer forma, um método mais barato e muito menos invasivo é uma ótima notícia para quem tem chances de desenvolver Alzheimer.

Fonte: JAMA Network com informações de The Guardian

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