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Idosos são maioria dos 11 mi de brasileiros com depressão

Pesquisa Nacional de Saúde divulgada pelo IBGE aponta que a faixa etária entre 60 e 64 anos foi a maioria (11,1%) entre os 11,2 milhões de brasileiros diagnosticados com depressão

10 dez 2014 - 17h19
(atualizado às 17h24)
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A Pesquisa Nacional de Saúde divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que, em 2013, um total de 11,2 milhões de brasileiros foram diagnosticados com quadro de depressão – número que representa 7,6% das pessoas com 18 anos ou mais de idade. E no recorde das faixas etárias, os idosos são os que mais sofrem.

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De acordo com o levantamento do IBGE, os brasileiros entre 60 e 64 anos foram maioria (11,1%), bem diferente da população entre 18 e 29 anos, o menor percentual da pesquisa (3,9%). Para o conselheiro da Associação Brasileira de Psiquiatria Sérgio Tamai, são dois os principais fatores que explicam este dado relevante.

“Tradicionalmente, existem casos mais graves, depressões mais severas que aparecem nessa faixa etária muito relacionadas com outras doenças crônicas. Muitos casos estão associados por exemplo com início de Alzheimer, Parkinson, cujos primeiros sintomas são quadros depressivos”, explicou o psicanalista.

“E outra coisa: muitas das medicações que as pessoas fazem uso tem efeito depressivo, então o idoso que está com o problema de angina, por exemplo, pode apresentar quadro pelo uso do medicamento que contém substâncias nesse sentid”, analisou ainda. “Por fim, acredito que tenha a questão do quadro da aposentadoria, hoje mais complicada, e com os filhos bancando as despesas dele, isso gera um estresse muito grande e o que aumenta a incidência”, completou.

As regiões sul e sudeste, sempre de acordo com o IBGE, seguiram no topo das lista das pessoas diagnosticadas com depressão, com 12,6% e 8,4%, respectivamente – contra 7,2% (Centro Oeste), 5% (Nordeste) e 3,1% (Norte). Este dado geográfico, na opinião de Tamai, está mais relacionado ao acesso a informação do que num comparativo com uma vida mais tranquila – já que os centros urbanos sempre concentram o maior número de pessoas com este quadro.

“Um centro onde as pessoas são mais informadas sobre o que é depressão, elas até procuram mais tratamento e reconhecem mais a depressão de uma maneira mais clara. As pessoas são mais esclarecidas”, explica na relação entre a área urbana (8%) e a rural (5,6%). “Para quem não tem tanta informação, a depressão pode ser relacionada com uma canseira”, por exemplo.

Sobre a falta de procura profissional para tratar da questão, uma vez que, segundo o levantamento, 73,4% das pessoas diagnosticadas com depressão não procuraram tratamento, Tamai volta ao tema central do preconceito. “Ainda é muito grande, sem dúvida”, diz.

“É um conceito que a gente trabalha muito com a psicofobia, fazemos campanha em relação a isso usando celebridades para quebrar essa barreira. Não é só o Brasil. Nos EUA, metade da população não procura ajuda. É uma questão que se evita”, explica ainda.

“Existe o preconceito e isso é ruim, porque as pessoas acabam tendo alguns comportamentos complicados. Muita gente deprimida começa a fazer abuso de substância, como álcool, remédios para insônia ou uso de estimulantes, como cocaína. Estou para baixo e começo a fazer esse uso e agravando o quadro”, finaliza. 

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Fonte: Terra
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