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Dispositivo eletrônico preserva a ereção em 9 entre 10 pacientes submetidos à retirada da próstata

Equipamento também está sendo testado em homens com lesão medular

11 dez 2025 - 20h12
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Um estudo publicado na revista BJU International, referência na área de urologia, apresenta pela primeira vez os resultados do uso de um dispositivo eletrônico desenvolvido para manter a função erétil em homens submetidos à prostatectomia radical — cirurgia de remoção da próstata indicada para o tratamento de câncer.

O estudo é assinado por pesquisadores da Faculdade de Medicina Johns Hopkins, nos Estados Unidos; do Centro Australiano da Próstata; da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça; e da empresa Comphya, que tem como cofundador e CEO o cientista brasileiro Rodrigo Araújo Fraga da Silva.

Silva explica que o dispositivo, batizado de CaverSTIM, foi inicialmente pensado para homens que passam pela cirurgia de retirada da próstata, grupo que tem alto risco de desenvolver disfunção erétil entre três e nove meses após o procedimento. Mesmo depois desse período, apenas cerca de 33% dos pacientes recuperam uma boa potência sexual.

Segundo o pesquisador, mesmo com as melhores e mais atualizadas técnicas, como a cirurgia robótica, a taxa de disfunção erétil após o procedimento ainda é alta devido a danos mecânicos nos nervos.

Mas os estudos têm avançado e o aparelho também está sendo testado em homens com paraplegia. Em relação a estes, os resultados ainda não foram publicados.

CaverSTIM, dispositivo utilizado para tratar disfunção erétil
CaverSTIM, dispositivo utilizado para tratar disfunção erétil
Foto: Comphya/Divulgação / Estadão

Como funciona o dispositivo?

O dispositivo é semelhante a um marcapasso, com eletrodos, e é implantado no assoalho pélvico — no caso daqueles que removeram a próstata, o implante foi feito durante a própria cirurgia.

Após o procedimento, o médico responsável recebe um tipo de tablet que permite monitorar e ajustar o funcionamento do dispositivo implantado. O paciente, por sua vez, recebe um controle remoto para configurar os estímulos na região.

Silva ressalta que o dispositivo atua como um tratamento, com resultados esperados entre nove meses e um ano para a recuperação da função erétil. Ele não funciona como um potencializador capaz de provocar uma ereção automática.

"É feita uma estimulação diária de baixa intensidade no paciente que passou por prostatectomia, e é esse estímulo que promove a reabilitação dos nervos", afirma.

O dispositivo não fica aparente e precisa ser recarregado a cada três meses. O processo é feito por indução, com um carregador próprio que acompanha o equipamento.

No caso de pacientes paraplégicos, o estímulo funciona de maneira diferente, permitindo que a ereção aconteça mais rapidamente. "Para esses pacientes, o dispositivo atua no momento da relação sexual: ele é ativado para que se consiga atingir a ereção", explica Silva.

Ao todo, 23 pacientes já receberam o implante, conta o desenvolvedor, que trabalha no projeto há pelo menos 13 anos. Mas são necessários estudos com grupos mais amplos e a aprovação de agências reguladoras antes que a tecnologia chegue ao mercado.

"Estamos em uma fase de teste clínico piloto. Depois, avançamos para um estudo multicêntrico maior e só então enviamos às agências de autorização o pedido de certificação. Somente após essa autorização será possível comercializar", afirma Silva.

A estimativa do pesquisador é que esse processo se concretize nos próximos dois anos e que o CaverSTIM possa ser indicado aos pacientes a partir de 2028.

Estadão
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