De pressão alta a tremores: como a falta de sono pode afetar a sua saúde
Poucas horas ou a baixa qualidade do sono podem trazer impactos negativos para diferentes partes do organismo
O celular trouxe muitas facilidades para a comunicação, como a possibilidade de contato com todo o mundo. O lado não tão bom dessa invenção é, justamente, a dificuldade de nos desconectarmos.
Por exemplo, é comum levarmos o aparelho para a cama e de lá checarmos as atualizações no Instagram, notícias no Twitter ou bater um papo com os amigos... Justamente no momento que deveríamos sinalizar para o cérebro que é a hora de relaxar e descansar.
Muitas pessoas podem já saber, mas uma revelação do cantor Djavan, que sofre de tremor essencial, volta a chamar a atenção para os prejuízos de uma noite mal dormida ou de quase nenhum descanso durante a noite. Essa condição neurológica pode ocorrer durante uma ação voluntária do corpo, como levar uma xícara de café à boca, por exemplo, e está relacionada também à baixa qualidade de sono.
É o que aconteceu com Djavan.
"É uma disfunção provocada pela carência de sono. Quanto menos você dorme, mais propensão ao tremor essencial você tem. Nunca fui o sujeito que mais dormiu na vida. Estou melhor agora", disse o artista.
Prejuízos da baixa qualidade de sono
O tremor essencial não é o único prejuízo que a baixa qualidade de sono pode agravar. Há maior riscos de desenvolver, por exemplo, ansiedade e depressão, doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial e doença coronariana, diabetes e obesidade. Há chances de diminuição da imunidade e até demência.
"A insônia, ou um sono que não seja de qualidade, pode levar a alterações de humor e irritabilidade, problemas de memória, foco, diminuição da libido, cansaço e sonolência", acrescenta a neurofisiologista Márcia Assis, vice-presidente da Associação Brasileira do Sono.
A especialista acrescenta que alguns indicadores evidenciam a baixa qualidade do sono, como: dificuldade para dormir todas as noites, acordar sentindo cansaço, sonolência durante o dia e até ronco excessivo. O tremor essencial também é um importante indicador, porque, apesar de a predisposição genética ser vista como um fator de risco, ele piora se o indivíduo dormir menos que o necessário.
O tremor pode se agravar também em casos de agitação e ansiedade. Esses dois, inclusive, estão intrinsecamente ligados ao sono - seja porque atrapalharam o momento de o indivíduo dormir, seja porque são produto de horas de sono reduzidas.
O que fazer para dormir melhor
Especialistas apontam que o segredo para dormir melhor é apostar na higiene do sono. Para a neurologista Eline Barbosa, especialista em medicina do sono e membro do Colégio Médico Brasileiro de acupuntura (CMBA), o termo deve entrar não só vocabulário das pessoas, mas na rotina de cada uma delas.
"É um conjunto de hábitos que uma pessoa precisa manter para obter melhor eficiência do sono", reforça.
Alguns desses hábitos já são bastante conhecidos, como evitar cafeína horas antes de dormir. Outras sugestões das especialistas são:
- Respeitar a necessidade de horas de sono, geralmente entre 7h a 8h por dia;
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Reduzir a luminosidade do ambiente à noite;
- Receber iluminação natural de manhã;
- Fazer refeições leves, livres de gorduras e de cafeína à noite, duas a três horas antes de se deitar;
- Evitar ingerir bebida alcoólica antes de dormir, pois prejudica a qualidade do sono;
- Não usar dispositivos eletrônicos, como TV, celular, tablet e computador, pelo menos uma hora antes de dormir;
- Manter quarto escuro, com boa temperatura;
- Procurar técnicas de relaxamento;
- Evite usar o celular, caso acorde no meio da noite.
*Com edição de Estela Marques.
