Cuidado ao colocar papel alumínio com alimentos no forno. Especialista explica riscos
O papel alumínio é bastante usado durante o preparo de alimentos no forno como carnes, frangos e até sobremesas para manter o calor e acelerar o cozimento. O que pouca gente sabe é que a temperatura alta pode ser perigosa. Amanda Figueiredo, nutricionista clínica pela USP, diz que, quando usado corretamente, o papel alumínio não oferece riscos significativos à saúde.
"No entanto, é importante ter atenção a um hábito comum: expor o papel alumínio a altas temperaturas, especialmente em contato direto com alimentos úmidos, salgados ou ácidos. Isso pode favorecer um processo chamado lixiviação, que é quando o alumínio presente no papel migra para o alimento", explica.
O calor intenso altera a estrutura do alumínio, facilitando sua dissolução e reação com os componentes do alimento. "Como resultado, pequenas partículas de alumínio podem ser ingeridas. Uma pessoa saudável geralmente consegue eliminar o alumínio, se ingerido em pequenas quantidades. No entanto, em algumas condições de saúde, como em casos de problemas renais, essa eliminação pode ser prejudicada, aumentando o risco de acúmulo no organismo", alerta.
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Como fazer uso correto do papel alumínio?
A especialista explica que, em relação ao risco de lixiviação - migração do alumínio para os alimentos - não há diferenças significativas entre os dois lados da folha. "Porém, existem algumas considerações práticas. O lado brilhante é mais liso, o que reduz a aderência de alimentos e facilita a limpeza. Ele também reflete melhor o calor, o que pode otimizar o cozimento", diz a nutricionista.
Por isso, o ideal é utilizar o lado brilhante voltado para dentro, em contato com o alimento. "Dessa forma, você aproveita melhor o calor, ajuda a manter a umidade do preparo e reduz o desperdício de alimento que fica grudado na folha", completa.
Papel alumínio faz mal à saúde?
Em pequenas quantidades, o alumínio não representa um risco significativo para a saúde. O organismo humano é capaz de processar e eliminar esse metal de forma eficiente, o que é importante, já que estamos expostos a ele em diversas fontes do dia a dia, como alimentos (queijos, chás), medicamentos antiácidos e até desodorantes.
No entanto, o problema pode surgir com a exposição frequente e cumulativa. "Usar papel alumínio de forma repetitiva, principalmente em altas temperaturas, aumenta o risco de migração do alumínio para os alimentos. Somada à ingestão proveniente de outras fontes, essa exposição crônica pode, em alguns casos, sobrecarregar o organismo e dificultar a eliminação do excesso, especialmente em pessoas com problemas renais", explica.
Por isso, o ideal é usar o papel-alumínio com moderação e de forma consciente, evitando seu uso desnecessário em situações de calor intenso.
O que usar para substituir o papel alumínio?
Para a cocção no forno, o papel-manteiga é uma das opções mais acessíveis. "Ele consegue criar um efeito semelhante ao da “estufa” proporcionada pelo alumínio, ajudando a manter a umidade e evitando que os alimentos ressequem", recomenda a especialista.
Outra possibilidade são os recipientes com tampa, como assadeiras de vidro ou cerâmica, que preservam o calor e os aromas durante o cozimento sem o risco de contaminação por metais.
"Em churrascos ou preparos na brasa, folhas de bananeira ou outras folhas comestíveis são muito usadas na culinária tradicional para envolver alimentos antes de assar ou grelhar", conclui.
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