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Cuba e Brasil discutiam fim do Mais Médicos desde setembro

Em reunião em Havana, representantes dos dois países e da OPAS trataram do tema e avaliaram que vitória eleitoral de Bolsonaro era inevitável

27 nov 2018 - 13h29
(atualizado às 14h24)
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BRASÍLIA - Cuba, Brasil e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) discutem desde setembro o fim do acordo de cooperação do Mais Médicos. Numa reunião realizada nos dias 3 e 4 em Havana, representantes dos dois países e a organização internacional trataram do tema que, avaliaram, seria inevitável numa eventual vitória do então candidato à presidência, Jair Bolsonaro (PSL).

Posto de saúde de São Leopoldo (RS) é visto sem médicos depois da saída dos cubanos
Posto de saúde de São Leopoldo (RS) é visto sem médicos depois da saída dos cubanos
Foto: CARLOS MACEDO/Agência RBS / Estadão

Já no programa de governo apresentado na campanha, Bolsonaro havia afirmado que profissionais cubanos somente poderiam participar do Mais Médicos caso fizessem uma prova para a validação do diploma. Uma condição que o governo cubano avisava que não admitiria.

O ponto mais delicado, no entanto, era a política de pagamento dos médicos recrutados no acordo. Desde que o programa Mais Médicos foi implantado, médicos recebem um terço do salário. O valor restante é repassado para Cuba. Bolsonaro havia dito que profissionais teriam de receber o salário integral.

O Estado conversou com pessoas presentes a reunião de Havana. Na ocasião, teria sido iniciada a discussão de um plano de contingência para a saída dos profissionais cubanos do Brasil. Para todos os presentes, no entanto, a ideia era de que o plano seria colocado em prática a médio prazo e não poucos dias depois do anúncio da vitória de Bolsonaro. A mudança foi provocada justamente pelos sinais apresentados pelo presidente eleito.

Questionado, o Ministério da Saúde afirmou que a reunião com OPAS e governo cubano foi feita para discussão de temas como orçamento, custos de transporte aéreo, moradia. De acordo com a pasta, a sucessão presidencial e um eventual rompimento do acordo não foi tema da discussão. A OPAS, por sua vez, afirmou que planos de contingência são preparados pela organização de forma rotineira e que não houve nenhuma discussão formal sobre o desdobramento do termo de cooperação.

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