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Caneta criada por brasileira detecta câncer em segundos e deve transformar cirurgias no Brasil

MasSpec Pen identifica tecido tumoral em segundos e começa a ser testada em pacientes no Einstein

22 nov 2025 - 04h59
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Resumo
Uma pesquisadora brasileira desenvolveu a MasSpec Pen, uma caneta capaz de detectar câncer em segundos, atualmente em testes no Hospital Einstein, com potencial de revolucionar cirurgias ao tornar a identificação de tumores mais rápida, segura e acessível.
MasSpec Pen
MasSpec Pen
Foto: Arquivo pessoal

O Hospital Israelita Albert Einstein trouxe para o Brasil um dispositivo que promete revolucionar a detecção de tecido tumoral. A MasSpec Pen é uma caneta portátil que “lê” a assinatura molecular do tecido, indicando se ele é canceroso ou saudável.

A tecnologia, com potencial para tornar cirurgias oncológicas mais rápidas, seguras e eficazes, foi desenvolvida pela pesquisadora brasileira Lívia Eberlin, professora da Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos.

O equipamento chegou ao Brasil como parte de um projeto de pesquisa coordenado pelo Dr. Kenneth Gollob, diretor do Centro de Pesquisa em Imuno-oncologia (CRIO) e chefe do Laboratório de Imuno-Oncologia Translacional do Einstein. Atualmente, o dispositivo está em fase de validação.

“Nesta etapa da pesquisa, estamos testando em pacientes com câncer de pulmão e tireoide”, explica Gollob. Ele conta que esses tecidos já haviam sido estudados anteriormente. “Estamos comparando o padrão molecular de pacientes brasileiros com o que já havia sido identificado em células tumorais.”

Segundo ele, os dados encontrados no Brasil coincidem com os obtidos pela pesquisadora nos Estados Unidos. O próximo passo é ampliar os tipos de câncer que a caneta é capaz de identificar.

Como é feita a identificação de tecido tumoral hoje

O Dr. Kenneth Gollob explica que o “padrão ouro” utilizado para identificar tecido tumoral é mais complexo e pode levar de 20 a 45 minutos para cada avaliação. O tecido é retirado, levado ao laboratório, onde passa por processamento e preparação em lâminas, é analisado pelo microscópio e, só então, o resultado é liberado.

Todo esse processo ocorre enquanto o paciente ainda está na mesa de cirurgia, normalmente sob anestesia. Se o material enviado ao laboratório indicar a presença de câncer, o cirurgião precisa retirar uma nova margem de tecido e submetê-la novamente ao exame. Esse vai-e-vem entre sala cirúrgica e laboratório prolonga o tempo do procedimento, aumenta os custos e eleva os riscos para o paciente.

Com o uso da caneta, a detecção poderia ser feita em poucos minutos, ainda na sala de cirurgia, reduzindo o tempo do procedimento e os riscos para o paciente. Segundo Gollob, essa etapa da pesquisa está avançada e deve levar mais seis meses. Com os dados finais reunidos, o dispositivo estará pronto para iniciar a fase de estudos clínicos.

Segunda parte do estudo quer revelar resposta imune em câncer

O Dr. Kenneth Gollob explica que um segundo estudo está sendo conduzido paralelamente à validação do rastreio de tecidos tumorais. Como imunologista, ele busca descobrir se a caneta também é capaz de identificar a resposta imune do paciente ao câncer com a mesma rapidez com que identifica tecidos cancerígenos.

“A resposta imune reconhece o tumor como algo estranho e o ataca. Mas cada pessoa tem um tumor diferente e um microambiente diferente”, afirma.

O microambiente tumoral é formado pela interação entre as células cancerígenas e os elementos do sistema imune. A análise desse ambiente normalmente é feita em laboratório e pode levar dias ou semanas. Ela permite identificar se a resposta imune está ativa ou inibida, além de revelar a intensidade com que o organismo reage ao tumor. O objetivo do estudo é verificar se a caneta consegue fornecer essas informações de forma imediata.

Se os resultados forem positivos, explica Gollob, será possível direcionar com maior precisão as terapias oncológicas, identificar marcadores prognósticos e estimar a chance de recorrência da doença. “O paciente já sairia da cirurgia com o oncologista sabendo o prognóstico e se ele é um bom candidato à imunoterapia ou não”, observa.

Essa parte do estudo, no entanto, ainda está em fase inicial e deve levar mais tempo para ser concluída. Gollob estima um prazo de dois a três anos.

Caneta de detecção de câncer estará no SUS?

Embora o equipamento ainda não tenha um custo definido, o Dr. Kenneth Gollob acredita que ele poderá ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o pesquisador, a caneta deve ter um custo menor do que um exame de PET-Scan (tomografia por emissão de pósitrons).

Gollob compara a introdução da tecnologia à adoção das cirurgias robóticas: apesar de exigir um investimento inicial elevado, o dispositivo tende a deixar os procedimentos mais baratos, reduzir complicações e ampliar os benefícios para os pacientes.

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Fonte: Portal Terra
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