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Canabidiol (CBD): conheça a substância capaz de tratar dores e doenças

Medicamento extraído da maconha pode ser um importante aliado para a saúde e o bem-estar

15 out 2021 - 15h04
(atualizado às 15h43)
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Canabidiol não tem efeitos alucinógenos
Canabidiol não tem efeitos alucinógenos
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

O Canabidiol (CBD) é uma das centenas de substâncias ofertadas pela Cannabis, popularmente conhecida como maconha. Apesar do plantio, comercialização e uso da planta serem proibidos no Brasil, a cada dia aumenta a descoberta dos seus benefícios para a saúde. No entanto, engana-se quem acredita que o uso recreativo da droga é totalmente positivo para o organismo.

Segundo a Dra. Maria Teresa Jacob, médica da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor e da International Association for Cannabinoid Medicines (IACM), o canabidiol é apenas uma das inúmeras substâncias encontradas na maconha. Portanto, seus efeitos são totalmente diferentes do uso recreativo da planta como, por exemplo, em cigarros artesanais.

"Ele [CBD] tem várias atividades medicinais, é utilizado para diferentes patologias e não tem os efeitos psicomiméticos - que dão alucinações visuais e auditivas", explica a médica. Segundo a especialista, os efeitos alucinógenos causados pelo uso de maconha são, principalmente, atrelados à substância tetrahidrocanabinol (THC).

Principais benefícios do canabidiol

O canabidiol pode ser uma ótima alternativa para o tratamento de inúmeros pacientes, com diferentes diagnósticos. De acordo com a Dra. Jacob, as funções medicinais da substância podem ser utilizadas no tratamento de dor crônica, principalmente a dor neuropática, que é de difícil controle.

"Ele [CBD] é anti-inflamatório, tanto neuronal - do sistema nervoso central e periférico -, como das articulações. Tem ações no apetite, neuro regeneradoras e neuro protetoras. É utilizado para o tratamento de Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla. Pode atuar no sistema reprodutor feminino, melhorando a dor da cólica menstrual, a endometriose e sintomas da menopausa. É ansiolítico, antidepressivo, atua também na síndrome do estresse pós-traumático. Tem ação no autismo, na epilepsia, entre outras ações importantíssimas", relata a especialista.

Riscos e efeitos colaterais

Mas, vale lembrar que a utilização do canabidiol exige acompanhamento médico. Assim como qualquer outro remédio, a automedicação pode trazer prejuízos para saúde. No entanto, de acordo com a Dra. Jacob, quando a substância é utilizada corretamente, seus efeitos colaterais são, praticamente, insignificantes.

"O CBD não tem efeito colateral importante por si só. Ele não é alucinógeno e seus efeitos, na maioria das vezes, são leves ou moderados, mas, no início do tratamento até a dosagem ideal para o paciente. Como o CBD também é metabolizado pelo fígado, pelas enzimas que metabolizam várias substâncias, o médico tem que conhecer essas interações para prescrevê-lo com segurança e fazer as avaliações necessárias em pacientes medicados", esclarece a médica.

No entanto, qualquer pessoa que não tenha alguma contraindicação médica, pode se beneficiar dos efeitos positivos do canabidiol - inclusive as crianças. Segundo a Dra. Jacob, existe apenas uma restrição de uso para as mulheres grávidas, pois, até agora, não existem estudos que comprovem a segurança do medicamento em pacientes gestantes e lactentes.

Atualmente, já são encontrados alguns medicamentos produzidos à base de canabidiol e liberados para a comercialização no Brasil. No entanto, é preciso ter uma solicitação médica para adquirir esses produtos.

Fonte: Dra. Maria Teresa Jacob, formada pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, com residência médica em Anestesiologia no Instituto Penido Burnier e Centro Médico de Campinas. Pós-graduada em Endocanabinologia, Cannabis e Cannabinoides pela Universidade de Rosário, Argentina. Possui Título de Especialista em Anestesiologia, Acupuntura e Dor. Especialização em Dor, na Clinique de la Toussaint em Strassbourgo, na França, em Cannabis Medicinal e Saúde, na Universidade do Colorado e Cannabis Medicinal, no Uruguai. Membro da Sociedade Internacional para Estudo da Dor (IASP), da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), da Sociedade Internacional de Dor Musculoesquelética (IMS), da Sociedade Européia de Dor (EFIC), da Society of Cannabis Clinicians (SCC) e da International Association for Cannabinoid Medicines (IACM).

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