Dickinsonia: história do animal mais antigo já descoberto
Descoberta pela primeira vez em 1947, a Dickinsonia representa o mais antigos registro de vida animal, datando do período Ediacarano, há cerca de 558 milhões de anos. Saiba mais!
No universo da paleontologia, poucos fósseis despertam tanta curiosidade quanto a Dickinsonia. Descoberto pela primeira vez em 1947, este organismo enigmático representa o mais antigos registro de vida animal, datando do período Ediacarano, há cerca de 558 milhões de anos. Sua relevância para a ciência reside justamente no fato de ajudar a decifrar os eventos iniciais da evolução dos animais complexos, um tema central para o entendimento da história da vida na Terra.
A identificação de fósseis de Dickinsonia aconteceram em diferentes regiões do mundo, como Austrália, Rússia e Ucrânia, sempre associados a depósitos sedimentares muito antigos. Visualmente, apresenta formato oval e corpo segmentado, lembrando uma folha achatada. Ademais, o tamanho varia desde alguns milímetros até mais de um metro de comprimento. Por isso, tais características peculiares fazem deste organismo uma peça fundamental para a compreensão da biodiversidade do Ediacarano.
Como ocorreu a descoberta da Dickinsonia?
A idenficiação da Dickinsonia ocorreu pela primeira vez em rochas do sul da Austrália, em 1947, por geólogos que realizavam estudos em busca de fósseis pré-cambrianos. Com o tempo, novas ocorrências do fóssil aconteceram em outras partes do mundo, o que permitiu aos cientistas ampliar o conhecimento sobre seu modo de vida e distribuição. Assim, a análise detalhada desses registros ajudou a levantar hipóteses sobre sua morfologia e função no antigo ecossistema.
Qual a importância da Dickinsonia para a ciência?
A principal contribuição da Dickinsonia reside no fato de ser considerada o animal mais antigo de que se tem notícia até hoje. O reconhecimento deste organismo como animal consolidou-se após a descoberta de moléculas de colesterol em seus fósseis, processo divulgado em artigo científico em 2018. Essa molécula é um biomarcador exclusivo de organismos animais, diferenciando a Dickinsonia de fungos ou algas. Assim, ela se tornou uma referência vital para a identificação dos primeiros passos da vida animal multicelular no planeta.
O que se sabe sobre o modo de vida da Dickinsonia?
Apesar das limitações naturais imposta pela ausência de partes duras, interpretações recentes indicam que Dickinsonia era um ser de corpo mole, sem segmentos completamente distintos, o que dificulta sua classificação em grupos animais atuais. Os vestígios deixados no substrato sugerem que o animal podia se mover lentamente, provavelmente à procura de alimentos. Há indícios de que obtinha energia absorvendo matéria orgânica do solo ou por meio de processos similares à digestão externa.
- Dickinsonia viveu em mares rasos do período Ediacarano.
- Seus fósseis variam bastante em tamanho e forma.
- Possuía corpo mole e simetria bilateral aparente.
- Biomarcadores confirmam sua relação com os primeiros animais.
Quais são as principais discussões sobre a Dickinsonia?
Pelo caráter enigmático de suas características, a Dickinsonia foi alvo de muitos debates ao longo das décadas. Durante muito tempo, cientistas discorreram sobre sua verdadeira natureza: seria um animal, um fungo, uma alga ou um organismo de grupo totalmente desconhecido? A confirmação a partir dos biomarcadores de colesterol foi fundamental para defini-la junto aos animais, mas ainda existem discussões quanto ao seu correto posicionamento filogenético. Esses debates demonstram o dinamismo da paleontologia e o quanto o estudo de fósseis antigos pode revolucionar o conhecimento sobre a origem da vida animal terrestre.
- Descoberta em 1947, na Austrália.
- Classificada como o animal mais antigo já identificado.
- Presença confirmada em diferentes continentes, como Austrália e Rússia.
- Morfologia distinta, vital para decifrar a evolução inicial dos animais.
A história de Dickinsonia continua a instigar pesquisadores do mundo todo. A cada novo achado, detalhes inéditos são acrescentados ao conhecimento sobre a biota do Ediacarano. O animal mais antigo já descoberto permanece como uma importante chave para desvendar a origem dos animais e, consequentemente, da evolução da vida complexa no planeta.