Script = https://s1.trrsf.com/update-1736967909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

O doce retorno de Pedro Urizzi a atuação

Após anos longe da atuação, ele aceitou o convite para Meu Amigo Pinguim. E o resultado não poderia ser melhor!

8 dez 2024 - 18h34
Compartilhar
Exibir comentários

O filme Meu Amigo Pinguim está chegando ao streaming, disponível para aluguel no Prime Video e já liberado na assinatura da Apple TV+. Em setembro, foi a vez do circuito cinematográfico do longa nos cinemas brasileiros, com uma premissa que não poderia ser mais fofa: um pescador, João (Jean Reno/Pedro Urizzi), salva um pinguim ferido no mar e cuida dele por alguns meses. Após soltar a ave de volta para a natureza, ela surpreendentemente passou sete anos retornando anualmente para visitá-lo. Inspirado numa história real brasileira, o filme foi gravado em língua inglesa e dirigido pelo também brasileiro David Schurmann. Pedro, que também é diretor audiovisual, estava há anos afastado da carreira de ator quando um convite do próprio David, seu amigo, o fez reconsiderar. Ele conversou com a Guia da TV sobre essas e outras histórias. Confira!

Divulgação/Dani Bassit
Divulgação/Dani Bassit
Foto: Revista Malu

Como você foi escolhido para o papel? 

"Primeiramente, já ter trabalhado como ator com David Schurmann lá em 2010 e ter inglês fluente foram itens importantes. Além disso, houve coincidências. Conheço o David há 15 anos, e ele sempre comentava sobre minha semelhança com o Jean Reno, e brincava: 'Se um dia eu fizer um filme com o Jean Reno, você fará a versão jovem'. E não é que deu certo? O curioso é que isso era só especulação, já que ele foi convidado para dirigir o filme muitos anos depois. A magia das coisas, o momento e o filme certo se alinharam. O resultado final me enche de orgulho. Fiquei muito surpreso com a minha atuação, mas isso é reflexo de o filme ser excepcional também. Tudo entra em harmonia."

O que mais te atraiu no personagem? Chegou a conversar com o João da vida real sobre o que ele achou? 

"A oportunidade de interpretar um personagem muito distante da minha realidade foi desafiadora: dar vida a um pescador e pai de família no Brasil de 40 anos atrás. Além de construir o personagem, precisei incorporar o estilo de atuação de Jean Reno, protagonista do filme, para criar uma continuidade entre as duas interpretações do mesmo personagem, separadas por quatro décadas. Já o Sr. João, o conheci durante nossa viagem a Los Angeles, a caminho da pré-estreia.

Conversamos muito, e ele se emocionou profundamente com o filme, quase sem acreditar no que via. O David prestou uma linda homenagem durante toda a campanha, demonstrando respeito e ternura admiráveis. O Sr. João sentia isso todos os dias e se emocionava a cada sessão. Ele se tornou um astro, querido pelo público. Em um momento, comentou como algo tão simples (mas igualmente poderoso) o levou até Hollywood. Sua bondade de coração criou uma amizade improvável que durou anos e se transformou em cinema."

Alguma história preferida nos bastidores do filme? 

"No dia em que conheci Jean Reno, participamos da primeira leitura do roteiro com todo o elenco e a equipe do filme, em Ubatuba. Ao final, o diretor David Schurmann nos apresentou, e ele me convidou para almoçar. Passamos a tarde inteira conversando. Falamos sobre o personagem, mas também discutimos temas como teatro, cinema e literatura. Em certo momento, Jean compartilhou um pesadelo que o atormentou por anos: 'Eu, Jean Reno, era demitido pelo diretor da peça na frente de todo o elenco por ser um péssimo ator'. Esse sonho só desapareceu após o lançamento de O Profissional (1994). Saber disso me aproximou ainda mais dele e me ajudou a aceitar a insegurança como parte do processo criativo. Foi um dia memorável. Ali caiu minha ficha: eu estava pronto."

A responsabilidade de ser sua primeira atuação internacional pesou muito? 

"Meu nervosismo foi inevitável. Mas, felizmente, quando assisto ao filme, não me vejo na tela; vejo o personagem, e isso é essencial. Preparei-me intensamente. Acredito que a zona de conforto pode ser inimiga da entrega e da criatividade, e isso se repete em cada novo projeto. Neste caso, as variáveis eram muitas, e eu precisava incorporar o estilo de Jean, um artista de altíssimo calibre. Ele atua de forma mais econômica, transbordando emoções com os olhos das palavras não ditas, o que foi um enorme desafio para mim: desenvolver o personagem, espelhar o estilo do Jean e atribuir essas camadas artísticas ao alto nível técnico exigido pelo set."

Quem veio primeiro: o Pedro diretor de cinema ou o Pedro ator? 

"Pedro, o ator. Sempre fui apaixonado pela palavra dita. Comecei com leituras de poesia na escola, o que me levou ao teatro. Depois, passei a fazer pequenas participações no cinema e, quando percebi, já tinha encontrado minha turma. Tornar-me diretor foi uma consequência natural da minha vontade de atuar. Assim, comecei a produzir e dirigir curtas-metragens para criar oportunidades de interpretar papéis. Com o tempo, esse eixo foi se transformando, e a direção acabou ganhando mais força. Um trabalho foi puxando o outro, e, quando vi, já estava há 10 anos como diretor. Em 2022, retornei à atuação, graças ao convite do David."

Agora, com o filme lançado, quais são seus novos projetos? 

"Como diretor, tenho dois lançamentos para 2025: a série documental Arquitetura Hoje!, sobre a arquitetura contemporânea do sul global e seu diálogo entre África e Brasil, e o documentário Vlavianos, a Razão e o Impulso, sobre o escultor grego Nicolas Vlavianos, que realizava suas obras em metais. Como ator, estou no elenco do longa Por Um Fio, também dirigido por David Schurmann."

Revista Malu Revista Malu
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade