Tatuagem de henna pode irritar a pele sensível das crianças
Quiosques de tatuagem de henna, nas praias brasileiras, chamam a atenção de crianças de todas as idades, encantadas com a ideia de ter um desenho pintado sobre a pele. Porém, se não forem feitas as devidas observações antes da aplicação da técnica, a tinta - resultado da mistura de um corante extraído da planta henna com fixador do tipo parafenilenodiamina (PPD) - pode desencadear reações alérgicas na cútis dos pequenos.
Naturalmente sensibilizada pela estação, por conta do sol, água do mar e areia em excesso, a pele infantil é facilmente irritada com a aplicação da tatuagem temporária. “Essa fragilidade pode atuar como condição de piora e tornar os casos de reação à tinta mais graves”, afirma Alexandre Filippo, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Crianças com histórico de dermatites de contato merecem ainda mais cuidados, pois têm mais chance de desenvolver uma alergia, que pode variar desde uma vermelhidão ou coceira a bolhas e cicatrizes escuras permanentes. Qualquer pigmento pode causar sensibilidade, principalmente os mais coloridos, como amarelo, vermelho e azul.
“É uma alergia que irá acompanhar as crianças para o resto da vida. Na indústria cosmética o PPD é muito utilizado, o que pode tornar a vida delas um pouco mais complicada”, avalia Marisa Lages Ribeiro, dermatologista do Hospital Infantil São Camilo, de São Paulo.
Não existe uma maneira de prevenir uma possível alergia aos componentes da henna.
Até mesmo os baixinhos que passaram ilesos pela tatuagem uma vez podem enfrentar problemas cutâneos numa nova aplicação. Porém, é importante sempre observar as condições em que a pele se encontra antes de iniciar o procedimento. Cútis com prurido, arranhões ou machucadas não devem receber a tinta.
Depois de feita a tatuagem, ao detectar qualquer sinal de alergia, os pais devem lavar bem o local com água fria e se dirigir ao hospital, onde o médico deverá aplicar ou receitar o uso de cortisona, a fim de evitar sequelas. “As cicatrizes, nos casos mais graves, podem ficar semelhantes a uma queimadura, por isso quanto mais demorar para se chegar ao atendimento, piores serão essas cicatrizes”, finaliza Marisa.
