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Roupa antivírus, SPFW virtual, Cardin: 8 fatos fashion de 2020

30 dez 2020 - 08h18
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O ano de 2020 foi desafiador em vários aspectos, incluindo o quesito fashion. Logo depois do Carnaval, com a quarentena, o número de eventos foi reduzido a praticamente zero, incluindo o cancelamento da edição de abril do SPFW e realização em novembro do evento 100% digital, que teve ainda cota de inclusão racial em que 50% dos modelos teriam negros, afrodescendentes e/ou indígenas. A Covid-19 levou nomes importantes da moda, como o estilista japonês Kenzo Takada,  e trouxe tecidos que inativam o vírus em minutos, provando o desenvolvimento tecnológico da indústria têxtil. Outra morte marcante no mundo da moda foi a do estilista Pierre Cardin, que aconteceu nesta terça-feira (29), aos 98 anos.

Bruna Marquezine (Foto: Reprodução/Instagram/@brunamarquezine)
Bruna Marquezine (Foto: Reprodução/Instagram/@brunamarquezine)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

O período de quarentena revelou também outras facetas de famosas. Marina Ruy Barbosa, por exemplo, lançou sua própria marca, a Ginger, cujas primeiras peças se esgotaram em horas. A ausência de eventos com público também fez os looks das apresentadoras serem mais do que criativos e variados. Por isso, destacamos os 12 usados por Bruna Marquezine, desde o dia em que foi anunciado que ela e Manu Gavassi apresentassem a edição do MTV Miaw, em setembro.

Anitta (Foto: Reprodução/Instagram/@anitta)
Anitta (Foto: Reprodução/Instagram/@anitta)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

Outro fato fashion que realmente marcou o ano foram os looks usados por Anitta em seus clipes, tanto o de "Paloma", em parceria com o rapper italiano Fred de Palma, com roupas da Dolce & Gabbana, quanto em "Me Gusta", lançado em setembro, em parceria com Mike Towers e Cardi B. No clipe, a cantora, que ganhou a votação de mais bem-vestida de 2020 do "Elas no Tapete Vermelho", em parceria com o "Portal Terra", até simulou um desfile de moda.

Confira abaixo 8 fatos fashion marcantes de 2020.

Tecido Antiviral

Sem dúvida, o desenvolvimento tecnológico da indústria têxtil se tornou mais acessível em 2020 com o desenvolvimento em tempo recorde de tecidos que inativam vírus e bactérias, incluindo o SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Roupas, máscaras e calçados chegaram ao mercado em junho e julho. A Malwee lançou camisetas femininas, masculinas e infantis, além de máscaras, com a tecnologia suíça HeiQ Viroblock®, powered by CHT. A Líquido colocou no mercado camisetas masculinas e femininas e máscaras; já a Lupo disponibilizou máscaras com a promessa de lançar em outubro peças da linha esportiva. As duas últimas marcas apostam em tecidos feitos com o fio Amni® Vírus-Bac Off, desenvolvido no Brasil pela Rhodia.

Foto: Elas no Tapete Vermelho
Camisetas antivirais da Malwee e da Lupo (Fotos: Divulgação)
Camisetas antivirais da Malwee e da Lupo (Fotos: Divulgação)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

As peças prometem desativar os vírus em minutos. Os tecidos, testados em laboratórios independentes, apresentam tempo de validade distintos. Enquanto o da Malwee, que age em cinco minutos, é efetivo em até 30 lavagens, o da Rhodia, que promete agir em até 30 minutos, tem, segundo a empresa, efeito permanente. Veja abaixo as especificações de cada tecnologia e das peças.

SPFW 100% Digital

Projeto Ponto Firme (Foto: Reprodução)
Projeto Ponto Firme (Foto: Reprodução)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

A celebração dos 25 anos do São Paulo Fashion Week não aconteceu em 2020. Por conta da pandemia, o evento comandado por Paulo Borges teve a edição do primeiro semestre cancelada e chegou-se a pensar em edição para o segundo semestre, mesclando presencial e digital, mas em outubro foi divulgado que o evento seria totalmente virtual. E realmente, com 33 apresentações, o evento pôde ser visto no canal do Youtube entrem os dias 4 e 8 de novembro e também exibido em empenas (paredes verticais de edifícios) em bairros estratégicos da cidade de São Paulo.

Filme fashion de Ronaldo Fraga (Foto: Divulgação/Studio Asteri)
Filme fashion de Ronaldo Fraga (Foto: Divulgação/Studio Asteri)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

As grifes mostraram suas coleções em filmes diferenciados, alguns como se fossem desfiles outros em vídeos contando histórias. Muitas marcar reutilizaram materiais de estoques e apontaram o caminho da moda consciente, reaproveitando matérias-primas.

Racismo na moda

Em junho, houve a divulgação de vários relatos racistas no mundo da moda brasileiro, encorajados pelos movimentos "Black Tuesday" e "Black Lives Matter", que tomou conta das redes sociais nas semanas anteriores, depois dos protestos contra a morte do negro americano George Floyd, que morreu asfixiado durante ação policial em Minneapolis.

Modelos brasileiras e ex-funcionários de grifes resolveram revelar situações que viveram por conta de condutas constrangedoras praticadas por estilistas e demais profissionais. O perfil no instagram "Moda Racista", de autor anônimo (que foi desativado algumas semanas depois), e movimentos como o grupo "Pretos na Moda", criado pelas modelos Cindy Reis, Camila Simões, Natasha Soares e Thayná Santos, expuseram situações e deram nome aos bois.

Cindy Reis (Foto: Divulgação)
Cindy Reis (Foto: Divulgação)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

De acordo com Cindy Reis, 23 anos, natural de Barra do Piraí (RJ), o movimento Pretos na Moda, tem o objetivo de combater o racismo estrutural e contestar a padronização de biótipos no mercado, dando espaço à diversidade genuína e respeitosa. O movimento surgiu de maneira natural: "A necessidade e a vontade de que houvesse alguma iniciativa desse tipo sempre existiu, mas foi agora que tudo veio à tona. Vi minhas amigas de profissão relatando experiências semelhantes que tinham vivido, começamos a conversar e decidimos nos unir e lutar juntas". Como resultado do movimento, houve a exigência por parte da direção do SPFW de que as grifes tivessem 50% de modelos entre negros, afrodescendentes e/ou indígenas.

Morte de Kenzo

Dia 4 de outubro, a Covid-19 levou o estilista Kenzo Takada, nascido em 1939, em Himeji (Japão). Ele estava em Neuilly-sur-Seine, na França, país para o qual se mudou nos anos 1970. Nos anos 1980, os estilistas japoneses subverteram a ordem fashion ao levar construções amplas, roupas pretas descontruídas e uma moda nada tradicional à Paris Fashion Week. Mas antes mesmo de Rey Kawakubo, com sua Comme des Garçons, Yohji Yamamoto e Issey Miyake imporem o japonismo que deixou o resto do mundo de boca aberta, Kenzo Takada já havia feito Paris e o mundo se curvarem a seus pés. Alegria, cor, senso de humor, amor pela vida e muita criatividade, sem nunca perder suas raízes, foram algumas das lições deixadas pelo criador japonês, um dos mais copiados da sua época. Seu desfiles eram alegres, cheios de vida, música e dança.

Kenzo Takada (Foto: Reprodução/Instagram)
Kenzo Takada (Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

Com a capacidade oriental de trazer suas raízes e cultura para a moda, criou casacos com cara de quimono, batas largas, calças amplas, cavas enormes, ombros diferentes, estampas brilhantes e cores intensas, chamando a atenção do mundo fashion logo após abrir sua primeira loja em Paris, em 1970,na Galeria Vivienne,  chamada "Jungle Jap". Tais inovações vistas nesta "selva japonesa" foram destaques da "Elle", da "Vogue" americana e de outras revistas de moda que passaram a dedicar várias páginas ao estilista.

De lá para cá, foi só sucesso, incluindo seus perfumes, como Flower by Kenzo, o emblemático perfume lançado em 2000, que traz estampado no frasco longo e curvado uma papoula vermelha. Ele não estava mais na maison quando o perfume foi lançado, mas a ideia de fazer um flor delicada como a papoula nascer no asfalto da cidade resume a vida e obra desse estilista, cuja delicadeza oriental coloriu e floresceu numa Paris até então tão ocidental e "pronta para ser vestida". Lembrando que a papoula não tem cheiro, um desafio e tanto para se criar um perfume. Em setembro, o perfume completou 20 anos de sucesso. Kenzo deixou de criar para sua marca em 1999.

Morte de Pierre Cardin

O estilista Pierre Cardin, nascido na Itália, como Pietro Cardino, em 2 de julho de 1922, morreu nesta terça-feira (29), aos 98 anos, de causas ainda não reveladas, no hospital de Neully, a Oeste de Paris. O criador, que emigrou para a França aos 2 anos, pois usa família fugia da ascensão do fascismo italiano, tem sua grife ligada aos looks associados à Era Espacial dos anos 1960, nunca vendeu seu nome nem sua marca e sempre esteve à frente de seu tempo e de sua empresa.

Pierre Cardin (Foto: Reprodução/Instagram/pierrecardinofficiel)
Pierre Cardin (Foto: Reprodução/Instagram/pierrecardinofficiel)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

"Pierre Cardin foi um revolucionário. Um dos estetas da moda dos anos 1960 da moda. Criou, juntamente com André Courrèges e Paco Rabanne, a linguagem de futuro seguindo o ar dos tempos daquela época", afirmou João Braga, historiador e professor de moda. Segundo ele, era um revolucionário em relação à tecnologia, formas e volumes em suas criações.

Cardin sempre se manteve fiel ao seu estilo, que remete aos anos 1960. Em entrevista coletiva concedida em 2011, durante visita ao Brasil, para a exposição "Pierre Cardin - Criando Moda, Revolucionando Costumes", disse que nunca havia experimentando o fracasso. "Meu prazer é trabalhar. Não tiro férias", afirmou. O instagram oficial publicou uma frase do estilista, que resume bem seu estilo: "Sempre trabalhei no meu estilo, que é diferente de todos os outros. Sempre foi minha intenção ser diferente, porque essa é a única forma de durar."

Os 12 looks icônicos de Bruna Marquezine no Miaw

Bruna Marquezine no Miaw 2020 (Foto: Reprodução/Instagram/@brunamarquezine/@ritalazzarotti)
Bruna Marquezine no Miaw 2020 (Foto: Reprodução/Instagram/@brunamarquezine/@ritalazzarotti)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

Não teve para ninguém mesmo no prêmio MTV Miaw (Millennial Awards) 2020, com 12 looks baphônicos desde o anúncio de que Bruna Marquezine seria uma das apresentadoras, ao lado de Manu Gavassi. A atriz cumpriu a promessa de "gastar toda a roupa não usada durante o confinamento". E fez isso com elegância e referências até a Britney Spears, incluindo peruca loira e cabelão. Deu um show para diva nenhuma reclamar. Ou para divas do mundo todo se inspirar. A atriz brasileira foi citada até numa das mais cultuadas publicações de tapetes vermelhos do mundo: o Red Carpet Fashion Awards, sendo incluída até na votação da mais bem-vestida da semana, com outras famosas, como Zendaya e Miley Cyrus.

Com marcas internacionais, muitas das quais presentes em tapetes vermelhos poderosíssimos, como Oscar, Grammy e Globo de Ouro, Bruna Marquezine mostrou tendências que devem estourar quando a pandemia acabar e os eventos voltarem com força total, além de detalhes que podem ser usados já.

Bruna Marquezine no Miaw 2020 (Foto: Reprodução/Instagram/@brunamarquezine/@ritalazzarotti)
Bruna Marquezine no Miaw 2020 (Foto: Reprodução/Instagram/@brunamarquezine/@ritalazzarotti)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

Uma das exceções com marcas nacionais foi o look feito pela Colcci, da qual Bruna é garota-propaganda, inpsirado em uma apresentação da Britney Spears. Vem com a gente relembrar todos os 12 looks, em ordem decrescente até chegar ao primeiro, quando a atriz anunciou que seria a apresentadora do prêmio da MTV brasileira. O styling é assinado por Rita Lazzarotti. As fotos foram clicadas por João Viegas e Fernando Tomaz.

Marina Ruy Barbosa, empresária e editora de moda

Marina Ruy Barbosa (Foto: Reprodução/Instagram/@marinaruybarbosa)
Marina Ruy Barbosa (Foto: Reprodução/Instagram/@marinaruybarbosa)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

Longe do trabalho na TV durante a quarentena, Marina Ruy Barbosa investiu em um novo projeto. No fim de julho, lançou a Ginger, marca de moda sustentável. Todas as peças disponibilizadas se esgotaram no mesmo dia. Outras peças lançadas depois também se esgotaram em seguida. "Acredito em uma moda com olhar para o futuro, com mais atenção ao meio ambiente e preocupada com o impacto. Ter uma marca que tivesse o meu DNA, em que eu participasse de todos os detalhes - desde a criação de marca e tudo o que envolve um projeto novo, até a escolha de tecidos junto com a equipe (entendendo todos os impactos que cada um causam ao nosso planeta!) -, fazer uma moda fashion, com modelagens e acabamentos que eu acredito", escreveu em seu Instagram, no lançamento da primeira marca. A primeira parte da coleção  teve 100% do lucro revertido para a ONG Gerando Falcões, que atua nas favelas. A atriz fez até um editorial de moda com suas criações para a revista "Ela", do Jornal "O Globo" (fotos da esquerda e da direita, acima)

Marina Ruy Barbosa (Foto: Reprodução/Instagram/@marinaruybarbosa)
Marina Ruy Barbosa (Foto: Reprodução/Instagram/@marinaruybarbosa)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

Não bastasse o lançamento da Ginger, que continua apresentando novo produtos periodicamente, a atriz foi apresentada em novembro como diretora de moda anunciou da plataforma de vendas online ZZMall, do grupo Arezzo&Co. "Por mais focada que seja, por mais dedicada que seja, e por mais que eu trabalhe minha segurança de acreditar em mim, novos desafios sempre causam friozinho na barriga. Não medo, mas uma ansiedade muito grande. A gente tem que acreditar na nossa coragem e nos nossos sonhos", afirmou a atriz em seu instagram.

O desfile fashion de Anitta,em "Me Gusta"

Anitta é fashion sempre. Para lançar o clipe "Me Gusta", dia 18 de setembro, com a participação de Cardi B (a primeira rapper mulher a ganhar um Grammy) e Myke Towers, não economizou na criatividade e no visual dos looks. Com styling de Janelle Miller, a mesma que atende celebridades como Khloé Kardashian, os looks matadores do clipe com certeza chegaram para fazer história. A cantora apostou em roupas poderosas, com botas, chapéus, sensualidade e muita cor. E durante o clipe, simulou até um desfile de moda, com mulheres com as mais variadas silhuetas. Gravado em Salvador, antes da pandemia, o clipe teve imagens de Cardi B inseridas posteriormente.

Anitta em “Me Gusta” (Foto: Reprodução/Instagram/@anitta)
Anitta em “Me Gusta” (Foto: Reprodução/Instagram/@anitta)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

Em entrevista à revista "Marie Claire", da editora Globo, a Janelle Miller contou na época que quis "transmitir uma mensagem de brasilidade para o mundo". As cores e a energia da Bahia também foram lembradas nas produções. Animal print com fundo verde, inclusive no sapato, e desenhos botânicos supercoloridos dominaram as estampas. O vestido em várias de cores, que lembra aplicação de penas, faz clara referência às aves brasileiras. O chapéu poderoso, pele à mostra, incluindo a marquinha de biquíni revelada no maiô neon cavado e decotado, revelam também a sensualidade explícita que a Anitta gosta de imprimir nos looks das músicas.

Elas no Tapete Vermelho
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