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'Um grande banheiro feminino', diz homem sobre aplicativo Lulu

Aplicativo em que as mulheres avaliam a performance masculina tem gerado polêmica pelos comentários e exposição exagerados

27 nov 2013 - 13h31
(atualizado em 28/11/2013 às 12h03)
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<p>Automaticamente, todos os homens que têm conta no Facebook podem ser avaliados no Lulu</p>
Automaticamente, todos os homens que têm conta no Facebook podem ser avaliados no Lulu
Foto: Reprodução

Nos últimos dias, o aplicativo Lulu tem causado polêmica entre homens e mulheres e sido assunto de rodas de bar, conversas de elevador e até mesas de trabalho. O app já existe nos Estados Unidos desde fevereiro e recentemente chegou ao Brasil, se tornando, em poucos dias, um dos mais baixados e causando amor e ódio no público.

Feito para ser usado somente por mulheres, o app tem como objetivo avaliar as performances dos amigos e amigos dos amigos no Facebook. Funciona de maneira simples: por meio de notas (de 0 a 10), faz-se uma média e, por meio de hashtags, as garotas comentam, de forma anônima, pontos positivos e negativos dos homens. E vale de tudo! A lista de qualidades e defeitos é longa: #curteromerobritto, #semmedodeserfofo, #amordasmães, #naosabenemfritarovo, #maisbaratoquepãonachapa, #christiangrey, #lento, #nãocheiranemfede, #esqueceacarteira, #ronca, #usarider, #abaixaatampa, #pagaaconta, #ombramigo, #fastfooddiet, #dásono, #carrodoano, #bebesemcair, #sabedascoisas, #esquentadinho, #bebezão, #apaixonadopelaex e por aí vai.

Entre os homens, o aplicativo só pode ser visto caso alguma amiga mostre seu desempenho. Desempenho este que tem dividido opiniões entre aqueles que são os objetos de críticas e elogios. Alguns aprovam a lista de hashtags que ganham, outros têm sido veementemente contra a exposição, já que todos que têm uma conta no Facebook automaticamente aparecem no Lulu e estão sujeitos a ganharem uma nota e terem sua performance dividida na rede social. Para os homens que não quiserem ter um perfil no aplicativo, é possível desativar a participação de forma rápida (veja aqui).

Como anda a moral?

Entre a turma que não se incomoda com as avaliações das usuárias no Lulu, está Danilo Carvalho. “Na realidade, acho até bem interessante. E, se tiver um para as mulheres, será mais interessante ainda”, diz. O webdesigner Fausto Lemos é da mesma opinião. Para ele, o Lulu é uma forma descontraída e divertida que as mulheres encontraram para fazer o que já fazem em reunião de amigas. “O Lulu é algo hilário e divertido, não vejo problema nenhum nas garotas ficarem avaliando isso ou aquilo de nós, já que fazemos o mesmo numa mesa de bar”, conta. Para ele, o aplicativo não é motivo de preocupação para ninguém, já que deveria ser encarado com bom humor e sem tanta seriedade.

Alguns foram pegos de surpresa com a chegada do Lulu e não sabiam do que se tratava, mas viram a notícia com bons olhos. É o caso do designer gráfico Rodrigo Garcia, de 30 anos, que acha o app um bom termômetro. “Minha irmã quem me disse que estavam falando de mim no aplicativo e achei legal, porque dá para saber como anda sua moral com a mulherada”, comenta.

Se a moral está alta, é motivo de comemoração. “Aqueles que gostam de como são qualificados vão mantendo a fama de garanhões”, diz o engenheiro Breno Ferreira, de 25 anos. Mas, se a média não está lá tão boa e as hashtags negativas aparecem mais, pode gerar um desconforto entre o público masculino. “Só atrapalha o cara que não tem auto-confiança”, diz o jornalista D.V., de 28 anos.

O estudante V.A.P, de 22 anos, resume o aplicativo: “o Lulu é um grande banheiro feminino que está ao alcance de qualquer mulher”. Para ele, não devia ser levado a sério, pois  não passa de uma brincadeira. “Existem prós e contras, é claro que alguns podem achar desnecessário e é mesmo”, afirma.

Problemas em casa

Os bem-avaliados podem comemorar as notas recebidas no Lulu, mas a sensação de serem julgados e avaliados nos mínimos detalhes de forma não autorizada tem incomodado e, muito, a maioria dos homens. Para o estudante M.A., “a proposta é boba e sexista” e ele pretende ficar o mais afastado possível do aplicativo. Assim como o estudante F.A., que deletou o perfil no Lulu assim que soube da sua existência. “Não quero ter nada a ver com isso, não”.

O professor F.F.C., de 25 anos, segue a mesma linha e classifica o Lulu como “lamentável e estúpido”. “Ele atrapalha as relações, fomenta o revanchismo entre homens e mulheres e acho que ambos os lados saem perdendo”, afirma. É justamente esse revanchismo, mais especificamente a vingança feminina, que tem irritado alguns ex-namorados que tiveram o perfil avaliado. “O Lulu só seria uma forma a mais de se vingar de alguém, tanto do rapaz, quanto da namorada atual da vítima”, diz o engenheiro Breno Ferreira.

Para Denison, de 23 anos, usar o Lulu para se vingar de alguém que não correspondeu às expectativas em um relacionamento é “imaturo”, mas ele acredita que a maioria das meninas que usa o aplicativo para se expressar sobre um caso antigo é sincera, apesar de “às vezes pegar pesado demais e usar hashtags estranhas”.

Para os homens comprometidos, o Lulu tem gerado bastante dor de cabeça. Namoradas ciumentas querem tentar descobrir quem foram as autoras dos comentários e o motivo de alguns deles estarem ali. “No geral, o medo está imperando. Aqui no escritório, todos foram conferir e bloquear o acesso as suas informações pessoais”, comenta o web designer Fábio Lemos. O jornalista F.V saiu do programa para evitar problemas com a namorada. “Acho tudo muito exagerado, para o bem ou para o mal”, diz. E a opinião é compartilhada com os amigos. “A maioria dos homens com quem conversei não gostou, ou acha que pode sair prejudicado pelo app”, conta.

 

AS MULHERES FALAM

Do lado feminino, o Lulu também tem gerado controvérsias. Enquanto algumas acham que o aplicativo trata os homens como objetos e os expõe de forma exagerada e sem autorização prévia, para outras, é motivo de brincadeira e risadas com as amigas, vale como fonte de avaliação dos futuros relacionamento e ainda pode ser a hora de ajudar alguém, já que várias têm colocado opiniões bem positivas nos perfis para levantar a média dos amigos mais próximos. Há ainda aquelas que acham que os homens estão bebendo do próprio veneno ao serem criticados assim como fazem com as mulheres em lugares públicos.

Segundo as criadores, o Lulu se propõe como uma maneira de ampliar o que se conversa entre amigas e compartilhar com desconhecidas, impressões, sejam elas boas ou ruins, sobre os ex e atuais e, mais importante, checar como anda o desempenho dos futuros. “Acredito que o Lulu facilita os relacionamentos, pois as mulheres, dependendo dos comentários já postados, podem estar mais preparadas para se envolverem de acordo com as características citadas nas avaliações”, diz a estudante J.G.A, de 21 anos.

De acordo com ela, o aplicativo não tem nada de ofensivo contra os homens e é usado como forma de diversão pelas amigas, especialmente quando se reúnem para checarem as hashtags. “Os homens que se sentirem incomodados é porque provavelmente já deram motivos para alguma mulher avaliá-los mal”, completa.

Para a estudante de medicina K.L., de 24 anos, o Lulu não é algo que deva ser levado tão a sério. “Você sabe em qual amiga confiar quando ela fala sobre um cara, mas no Lulu, as avaliações são anônimas, perde a credibilidade”, diz. Para a maioria das mulheres, é preciso manter o pé atrás com o Lulu porque sinceridade não é uma premissa antes de escolher as notas e hashtags que cada homem merece.

O humor é o que tem imperado entre as mulheres que baixaram o aplicativo. Muitas meninas não chegam a avaliar ninguém, mas só entram para checar os perfis de conhecidos e se divertir com as notas e a criatividade exagerada de algumas hashtags. “Primeiro achei algo bem desnecessário. Agora já considero um aplicativo de humor”, afirma a artista plástica, Giovanna Brandão, de 22 anos. Para ela, o que vale, por enquanto, são só estas risadas e que devem passar rápido. “Acho que o Lulu não vai durar muito. Logo sairá um aplicativo que fará o mesmo com as mulheres e ficaremos muito bravas. Expor a intimidade assim não é bom. Ser avaliado com pontuação de 0 a 10 também não”.

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Fonte: Terra
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