Número de embriões transferidos varia de acordo com idade
O número máximo de embriões que pode ser transferido a cada ciclo de reprodução assistida é determinado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e varia de acordo com a idade. Isso não elimina a participação do médico e do casal na escolha: não ultrapassando o limite, eles podem selecionar a quantidade.
De acordo com a resolução do CFM, de 2010, em mulheres até 35 anos é permitido que sejam transferidos até dois embriões. Entre 36 e 39 anos, é possível até três. Mulheres com 40 anos ou mais podem receber até quatro.
A utilização dos parâmetros de idade na resolução mais recente - a anterior era de 1992 - se deu porque os estudos mostram a queda das taxas de sucesso de implantação dos embriões nas mulheres mais velhas. "A resolução está perfeita. É um avanço em relação à anterior, que permitia a transferência de quatro embriões, em qualquer faixa etária. Se preserva o índice de capacitação de gravidez e se reduz o índice de gemelaridade gravidez de múltiplos", analisa Waldemar Naves do Amaral, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e professor adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.
Embora a resolução não tenha poder de lei, ela serve de norte para todas as clínicas do País, já que não há nenhuma legislação específica sobre o tema.
Riscos
Os riscos de se implantar um número mais elevado de embriões estão ligados ao aumento de possibilidade de gravidez de múltiplos. "É uma condição não desejada. O médico que faz a fertilização
in vitroquer uma gravidez singular, que evolui melhor e tem menos complicações", explica.
Os principais problemas da gravidez de múltiplos são o parto prematuro, o baixo desenvolvimento dos bebês e o aumento das chances de aborto. Além disso, as mulheres têm maiores chances de desenvolver pré-eclâmpsia (pressão alta) e diabetes gestacional, por exemplo.
Decisão do casal
Para evitar a gravidez gemelar, quanto menos embriões forem transferidos, melhor. Embora a quantidade máxima seja orientada pela resolução do CFM, a mínima é definida pelo casal, com orientação do médico.
O especialista não pode obrigar o casal a um determinado número. "O poder de decisão não é do médico, é do paciente. Mas eles têm que entender os riscos", afirma Waldemar. A análise dos gametas e dos embriões ajuda o médico a orientar o casal sobre a possibilidade de implantação bem-sucedida.
Caso não sejam implantados todos os embriões, aqueles em excesso podem ser congelados e usados em outras tentativas de reprodução assistida.
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