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Diga-me com quem andas e eu te direi como anda a sua saúde

Não é só julgamento moral, mas um lembrete de que nossas amizades são também escolhas sobre nós mesmos

1 ago 2025 - 13h16
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Somos feitos, em grande parte, das pessoas que nos cercam. Como espelhos, elas refletem nossas alegrias e inseguranças e como escultores, moldam silenciosamente o que carregamos por dentro. Há quem acrescente leveza à nossa jornada, ou que nos pese como pedra amarrada aos pés.

Não é só julgamento moral, mas um lembrete de que nossas amizades são também escolhas sobre nós mesmos; leia a coluna completa de Jamar Tejada
Não é só julgamento moral, mas um lembrete de que nossas amizades são também escolhas sobre nós mesmos; leia a coluna completa de Jamar Tejada
Foto: depositphotos.com / ViktoriiaZarubina / Bons Fluidos

Por isso pode ser que exista aquele velho ditado: "Diga-me com quem andas e eu te direi quem és". Não é só julgamento moral, mas um lembrete de que nossas amizades são também escolhas sobre nós mesmos. E talvez a pergunta mais importante a se fazer não seja apenas quem está ao lado, mas quem nos tornamos ao caminhar com eles.

Amizades que curam

Todo mundo já sentiu na pele o efeito terapêutico de um bom amigo. Aquele que aparece só para rir das suas histórias, ou que segura sua mão no dia em que você mais precisava. Pessoas assim não apenas deixam a vida mais leve, também ajudam a manter o corpo e a mente saudáveis.

Pesquisas da Universidade Harvard, que acompanham mais de 700 pessoas, há mais de 80 anos, mostraram que relações sociais positivas são o fator mais importante para a felicidade e longevidade — mais até do que dinheiro ou fama. Outro estudo, publicado na revista Scientific Reports, comprovou que pessoas com mais amigos resistem melhor à dor física, graças à ativação do sistema de endorfina. Parece quase magia, mas é ciência: rir, dividir alegrias e sentir-se aceito por alguém de confiança diminui os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

Amizades que adoecem

O problema é que nem toda amizade nos faz florescer. Algumas nos secam por dentro. Quem nunca conviveu com alguém assim? Só aparece quando precisa de um favor, diminui suas conquistas ou compete em tudo, espalha boatos ou usa sua confiança contra si ou até faz se sentir menor, insuficiente e errado.

E não adianta só colocar uma folha de ruda atrás da orelha, viu? Por mais que a simpatia espante os maus fluidos, uma amizade tóxica não vai embora sozinha. Ela exige atitude e coragem para perguntar: essa relação ainda me faz bem? Ou só me suga? Pesquisadores da Universidade de Utah mostraram que pessoas expostas a relações conflitantes têm maior risco cardiovascular. Um outro estudo da Universidade Estadual de Ohio observou níveis mais altos de inflamação em casais hostis — um padrão que se repete em amizades tóxicas. Ou seja, más companhias não só roubam nossa paz, como podem adoecer nosso corpo.

Antes só do que mal acompanhado

Tememos tanto a solidão que, às vezes, aceita qualquer companhia. Mas nem sempre isso é sábio. Estar só por um tempo, e em paz consigo, pode ser bem mais saudável do que se deixar consumir por uma relação que só pesa. É aquela outra máxima: "Antes só do que mal acompanhado." Amizades boas iluminam, as ruins nos apagam. Então pergunte-se: por que insistir em segurar uma mão que não segura a sua? Por que gastar energia tentando agradar quem não merece seu coração?

Mas como se afastar sem ferir?

Nem toda amizade ruim precisa acabar em briga ou porta batida. É possível se afastar de maneira honesta e gentil — ainda que você não controle se o outro vai se magoar. Se for alguém muito próximo, vale uma conversa franca: "Tenho sentido que nossas vidas estão em fases diferentes e preciso cuidar de mim agora. Espero que você entenda." Ou, se preferir algo mais direto - curto e grosso como dizem no Sul: "Nossa amizade já foi importante para mim, mas percebo que hoje não me faz bem. Então vou precisar me afastar um pouco."

Quando não é tão íntimo, basta ir diminuindo a frequência do contato, sem precisar grandes explicações. O essencial é não alimentar ressentimentos nem fingir que está tudo bem só para evitar um desconforto momentâneo. Ser gentil não significa permitir que alguém continue a ferir você. E, como já disseram, algumas despedidas são, na verdade, um reencontro com a gente mesmo.

Um lembrete para levar para a vida

No fim das contas, a velha máxima ainda faz todo sentido: As pessoas com quem você anda não definem apenas quem você é,  mas também como você se sente, quem você se torna e, até, quanto tempo você vive. Amigos falsos ou tóxicos são como sapatos apertados: você só percebe o alívio quando finalmente tira, logo,  cerque-se de gente que soma, que ri com você e não de você, que torce por você em vez de puxar para baixo. Cuidar das suas amizades é cuidar da sua saúde. E não se esqueça: galho de arruda atrás da orelha pode até espantar olho gordo… mas para espantar amizade ruim…

E aí, com quem você anda?

Bons Fluidos
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