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Dia do Folclore: confira 4 curiosidades sobre os povos que moldaram o Brasil

A maioria das lendas e personagens presentes na cultura popular nacional tem origem nas tradições e narrativas dos grupos nativos

22 ago 2025 - 12h03
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Celebrado em 22 de agosto, o Dia do Folclore costuma ser lembrado por personagens como Saci, Curupira e Boto-cor-de-rosa. No entanto, o que muitos não percebem é que boa parte dessas figuras, na verdade, tem sua origem ou inspiração direta nas tradições, narrativas e visões de mundo dos povos originários do Brasil. Antes mesmo de se tornarem mitos populares, por exemplo, essas personas faziam parte de histórias contadas ao redor do fogo, rituais de passagem, alertas da floresta ou símbolos de espiritualidade. Assim, elas atravessaram gerações e moldaram o imaginário nacional.

A maioria das lendas e personagens do folclore nacional tem origem nas tradições e narrativas dos grupos nativos
A maioria das lendas e personagens do folclore nacional tem origem nas tradições e narrativas dos grupos nativos
Foto: Pexels/Faris Munandar / Bons Fluidos

Curiosidades sobre as origens do Folclore

Para lançar um olhar mais profundo sobre essa conexão entre folclore e ancestralidade, a Britannica Education reuniu fatos sobre quatro povos originários que seguem vivos em seus saberes, línguas e cosmologias. Sendo assim, temos os Guarani, com sua relação sagrada com a terra. Além disso, há os Tikuna, guardiões de mitos de criação e transformação. Outrossim, os Xavante, com suas cerimônias de fortalecimento coletivo, e os Yanomami, cuja espiritualidade está intrinsecamente ligada à floresta. Confira a seguir:

A língua Guarani é uma das mais faladas no Paraguai

Os Guarani são um povo originário da América do Sul. Eles têm uma presença marcante no Paraguai e em partes do Brasil, como Argentina e Bolívia. A sua língua é uma das mais faladas entre os grupos indígenas do continente e, de fato, no Paraguai, ela tem status oficial ao lado do espanhol. De acordo com a Britannica School, o país moderno ainda preserva fortemente a herança Guarani, portanto, mais paraguaios falam e compreendem esse idioma do que o espanhol.

Segundo dados divulgados em 2023 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do Paraguai, 34,3% dos entrevistados afirmaram usar guarani e espanhol com igual frequência nas conversas em casa. Por outro lado, 32,6% indicaram que o guarani é a língua predominante. Sendo assim, considerando a população com 5 anos ou mais, 97,3% utilizam pelo menos os dois idiomas.

Os Tikuna produzem arte cerimonial com casca de árvore

Entre os Tikuna, também chamados de Tucuna, que vivem em regiões da Amazônia no Brasil, Peru e Colômbia, a relação com a natureza ultrapassa a sobrevivência física. Na verdade, ela é expressa também na arte ritual. Este povo domina uma técnica ancestral de produção do chamado bark cloth, que é um tecido feito a partir da casca de árvores. Além disso, ele é utilizado para confeccionar máscaras e figuras cerimoniais de animais.

De acordo com a Britannica School, eles são habilidosos na arte de fabricar e utilizar esse material. A partir dele, por conseguinte, produzem máscaras cerimoniais e grandes figuras de animais. Tais elementos, por sua vez, são usados em rituais de passagem e em celebrações da coletividade, expressando cosmovisões, ancestralidade e respeito pela floresta.

Aldeias em formato de ferradura

Segundo a instituição, os Xavante — responsáveis por criar diferentes lendas do folclore — falam uma língua da família linguística Macro-Jê. O povo, que somava cerca de 10.000 no início do século XXI, vive no extremo sudeste do estado de Mato Grosso.Eles ficam localizados entre o Rio das Mortes e o Rio Araguaia, em uma região de cerrado de terras altas entremeada por estreitas faixas de floresta que correm ao longo dos rios.

Os Xavante e os Xerénte (qv), que são intimamente relacionados, viveram outrora ao longo do Rio Tocantins, em Goiás. Contudo, a pressão dos colonizadores brasileiros na década de 1840 fez com que o grupo se mudasse para sua terra natal atual.

Hoje, eles moram em aldeias temporárias em forma de ferradura na savana. Esta configuração de residência, portanto, reflete uma organização territorial e a forma como os Xavante entendem o mundo e os vínculos entre os membros da comunidade. O espaço aberto no centro da ferradura, ademais, é fundamental para rituais e atividades coletivas. Desse modo, fortalece os laços sociais e a transmissão de saberes tradicionais.

Além disso, a escolha desse formato favorece a proteção contra ameaças externas e facilita a comunicação interna. Ela ainda demonstra a conexão entre a organização física do espaço e a vida comunitária.

As cinzas dos mortos viram bebida sagrada

Britannica School aponta que os Yanomami, também escritos como Yanoamö, são indígenas sul-americanos. Os falantes de uma língua Xirianá, vivem na remota floresta da bacia do rioOrinoco, no sul da Venezuela, e no extremo norte da bacia do rio Amazonas, no norte do Brasil. No início do século XXI, os membro do grupo, provavelmente, somavam cerca de 32.000 indivíduos em toda a sua área de distribuição.

Na década de 1990, o modo de vida e, inclusive, a sobrevivência contínua do povo foram ameaçados pelas incursões de garimpeiros brasileiros em seu território no estado brasileiro de Roraima. Em 1991, o governo brasileiro reservou uma área de cerca de 36.000 milhas quadradas (93.240 km²) como pátria para os Yanomami. No entanto, no início do século XXI, o compromisso governamental com a aplicação de limites permaneceu intermitente, na melhor das hipóteses.

Esse grupo possui diversas tradições que contribuíram para a formação do folclore brasileiro. Uma delas é a transformação das cinzas dos falecidos em bebidas sagradas. Este costume integra um dos rituais mais emblemáticos da cultura Yanomami. Após a cremação, as cinzas do falecido são misturadas a um líquido e ingeridas pelos parentes próximos. O gesto, então, representa uma conexão espiritual com o ente perdido, reforçando sua presença simbólica na coletividade. Além disso, acredita-se que o consumo fortalece os vivos contra doenças.

Esse ritual, por fim, sintetiza a profunda relação que os Yanomami mantêm com seus mortos e revela uma visão de mundo em que o coletivo se sobrepõe ao individual. A vida não se encerra com a morte, mas se transforma em presença contínua.

*Texto - Agência Fato Relevante

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