Embalagem inteligente muda de cor para avisar que peixe estragou
Tecnologia foi desenvolvida por cientistas brasileiros com pigmento de repolho roxo
Cientistas brasileiros desenvolveram uma embalagem inteligente que indica a deterioração de alimentos frescos, como peixes, através de uma mudança de cor.
A inovação, fruto de uma colaboração entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com parceria com a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, utiliza antocianinas, pigmentos naturais extraídos do repolho roxo. Essas substâncias reagem à acidez e a outros compostos liberados durante a decomposição, bem como ao crescimento bacteriano, alterando a cor da embalagem, quando em contato com mantas de nanofibras inteligentes- estruturas finas, feitas com restos de alimentos, que formam um material parecido com um tecido.
Josemar Oliveira, pós-doutorando Embraga Instrumentação, explicou que as antocianinas, presentes no vegetal, mudam sua coloração em função com o PH que se encontram. "Nós produzimos o extrato rico em pigmentos naturais".
Testes com filés de merluza demonstraram uma progressão de cor do roxo (fresco) para tons azuis-acinzentados (48 horas) e finalmente azul (72 horas, deteriorado), permitindo um monitoramento visual da qualidade sem a necessidade de abrir a embalagem.
"A motivação desse trabalho é poder garantir que o alimento está seguro para consumo", disse Luiz Mattoso, pesquisador da Embrapa, no canal do Youtube da empresa.
Além disso, a manta de nanofibras utilizada pode ser produzida a partir de restos de alimentos, o que contribui para a redução do desperdício. Por enquanto, ainda não há um prazo para a embalagem chegar aos consumidores.