'Viver com dor não é normal', alerta ginecologista em livro que desmistifica a endometriose
Dr. Rubens Paulo Gonçalves Filho propõe um olhar sensível e científico sobre doença que afeta milhões de mulheres
Enfrentar dores intensas e incapacitantes, que limitam a realização das atividades mais simples todos os meses, é a realidade de quem convive com a endometriose. Esta doença crônica atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil no Brasil. Para piorar, um diagnóstico definitivo desse mal, que impacta todas as áreas da vida, pode demorar de sete a dez anos por conta da constante banalização do sofrimento feminino.
Caminhos para enfrentar a endometriose
Motivado por essa realidade dolorosa - enfrentada com coragem pelas pacientes que atende em consultório - o médico ginecologista e obstetra, Dr. Rubens Paulo Gonçalves Filho, lança 'Dores femininas: a jornada humana de um médico contra a endometriose'. Na obra, o autor apresenta caminhos possíveis para enfrentar a doença com informação, empatia e ciência, e ainda com o respaldo de depoimentos de pacientes.
Amparado em 30 anos de atuação e pesquisa na área, Dr. Rubens explica, ao longo dos capítulos, o que é a endometriose. Além disso, aborda as causas, detalha formas de tratamento clínico, cirúrgico e psicológico e desmistifica conceitos. O objetivo é combater o silêncio que cerca o sofrimento feminino. Ademais, também oferecer informações que ajudem pacientes e familiares a reconhecerem sintomas, entenderem as opções de cuidado, além de trazer acolhimento.
Um dos temas de destaque é a infertilidade associada à endometriose, responsável por cerca de 50% dos casos de dificuldade para engravidar. O médico explica como a condição pode comprometer a fertilidade ao causar alterações tubárias, hidrossalpinge e inflamação pélvica. Ele detalha ainda opções de tratamento, que incluem técnicas de reprodução assistida como fertilização in vitro (FIV) e inseminação intrauterina (IIU), além de cirurgia minimamente invasiva.
Reflexões
A obra também provoca reflexões sobre as falhas estruturais do sistema de saúde e a necessidade de políticas públicas que garantam atendimento especializado e diagnóstico precoce. "Dor todo mês não é normal", afirma o autor em contraponto aos profissionais que ignoram ou menosprezam as queixas das mulheres. Para mudar esse cenário, ele defende uma abordagem interdisciplinar, envolvendo ginecologistas, radiologistas, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas.
Filho de Rubens Paulo Gonçalves, responsável por trazer a ultrassonografia obstétrica para o Brasil, o autor dá continuidade ao legado familiar de inovação e compromisso com a medicina. Ao apresentar histórias de dor, resistência e superação em Dores femininas, o especialista contribui para romper o tabu e reconhecer o corpo feminino como território de dignidade e cuidado.
*Texto de Dielin da Silva, da LC Agência de Comunicação