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Quando o silêncio adoece: a urgência de cuidar da saúde mental masculina

Um movimento global chamado Movember nasceu para chamar atenção à saúde masculina em todas as suas dimensões: física, emocional e mental

23 nov 2025 - 12h09
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Novembro traz consigo um lembrete importante e não, não é sobre moda, nem sobre bigodes. É sobre um movimento global chamado Movember, que nasceu para chamar atenção à saúde masculina em todas as suas dimensões: física, emocional e mental. É sobre quebrar o silêncio em torno das dores que os homens carregam, muitas vezes sozinhos, em nome de uma ideia ultrapassada de força.

Um movimento global chamado Movember nasceu para chamar atenção à saúde masculina em todas as suas dimensões: física, emocional e mental
Um movimento global chamado Movember nasceu para chamar atenção à saúde masculina em todas as suas dimensões: física, emocional e mental
Foto: depositphotos.com / AlexLipa / Bons Fluidos

Durante décadas, os homens foram ensinados a conter o que sentem. A aguentar firme, a seguir em frente, a esconder a vulnerabilidade. A mensagem era clara: homem que sente é fraco, homem que fala é frágil, homem que chora é menos homem. E assim, a dor foi sendo empurrada para dentro, se transformando em irritação, em distanciamento, em silêncio.

Mas o corpo cobra. A mente também. E quando não há espaço para falar, o sofrimento encontra outras formas de se manifestar.

A depressão, por exemplo, nem sempre aparece como tristeza. Em homens, ela costuma vir disfarçada de impaciência, cansaço extremo, desânimo, falta de prazer e explosões de raiva. A ansiedade, por sua vez, se mostra como tensão constante, dificuldade de relaxar, insônia, irritabilidade e a sensação de que é preciso estar sempre em movimento para não entrar em colapso. E o burnout, o esgotamento total, é o ponto de ruptura de tudo isso quando o corpo diz "basta" e a mente já não consegue mais fingir que está tudo bem.

O mais preocupante é que muitos homens não se reconhecem nesses sintomas. Acham que estão apenas "estressados", "sem foco", "sobrecarregados", quando, na verdade, estão adoecendo em silêncio. E enquanto o mundo os aplaude por suportar o peso de tudo, por serem "fortes", "produtivos" e "resilientes", dentro deles algo vai se partindo.

É aí que o Movember se torna mais do que um movimento torna-se um convite à consciência. Um chamado para que os homens aprendam a cuidar de si, a fazer seus exames, a falar sobre o que sentem, a buscar ajuda sem vergonha. Porque pedir ajuda não é desistir, é começar a se reconstruir.

Cuidar da mente é tão essencial quanto cuidar do corpo. É permitir-se descansar, errar, sentir, conversar, desconectar. É entender que autocuidado não é vaidade, é sobrevivência. É aprender que vulnerabilidade não é sinônimo de fraqueza, mas de humanidade.

Neste mês, e em todos os outros, que cada homem se lembre de que saúde mental também é coisa de homem. Que o verdadeiro símbolo de força não está em aguentar tudo calado, mas em ter coragem de se abrir, de se cuidar e de viver com mais leveza.

Porque ser forte não é resistir sozinho. É ter coragem de continuar, mesmo quando o mundo ainda insiste em dizer que não se pode parar.

Sobre a autora

Jéssica Martani é médica psiquiatra, especialista em TDAH, saúde mental e regulação emocional. Coordena a pós-graduação em TDAH do Instituto TDAH, reconhecida pelo MEC, em parceria com a Universidade Anhanguera. É colunista da Bons Fluidos (Editora Caras) e criadora do canal Brilhantemente, onde traduz temas complexos e reflexões acessíveis para quem busca equilíbrio emocional e transformação pessoal. Saiba mais em Instagram e YouTube: @dra.jessicamartani

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