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Por que alguns casais preferem terminar o relacionamento a ter que conversar sobre sexo?

Veja dicas para driblar as dificuldades na comunicação e construir intimidade e confiança, ainda que sua relação seja duradoura

27 mai 2024 - 16h45
(atualizado às 18h10)
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Resumo
Criar intimidade sexual dentro do relacionamento não é uma coisa fácil e, muitos casais, não conhecem outro caminho a não ser se separar. A especialista em sexualidade Chris Marcello sugere que a conversa sobre o assunto deve ser feita de forma leve e para isso ela oferece algumas dicas, como a compra de 'puxa-conversas' para que eles se descubram mais e recomenda a leitura de livros sobre o tema.
Divórcio
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Foto: Jacob Wackerhausen/iStock

O tempo nem sempre "resolve tudo", como diz o ditado, se não houver vontade de mudar. E, para que algo mude, pode ser que seja necessário navegar por águas desconhecidas, o que geralmente causa incômodo. Alguns casais, muitos dos quais estão juntos há décadas, se sentem "travados na cama", mas preferem não tocar no assunto. O jeito que muitos encontram para solucionar a situação é terminar o relacionamento. Mas isso não precisa necessariamente acontecer. Existem outros caminhos que necessitam de uma vontade conjunta para mudar.

"A sexualidade desempenha um papel complexo e importante nas relações. Construir a intimidade sexual não só promove conexões emocionais profundas, como pode gerar stress e conflito, se não for adequadamente compreendida e comunicada. Precisamos falar", defende a sexóloga Chris Marcello, CEO da Sophie Sensual Feelings.

Amor e intimidade

Por que pessoas preferem terminar seus relacionamentos a ter que conversar sobre sexo?
Por que pessoas preferem terminar seus relacionamentos a ter que conversar sobre sexo?
Foto: Denisfilm

De acordo com o estudo "Sexualidade e Saúde da Mente 2024", do Instituto Bem-do-Estar e Noz Inteligência, 57,2% de pessoas em relações monogâmicas, afirmam que "no sexo, intimidade é o que importa". E 60,8% afirmaram que “sexo é melhor com amor”. Mesmo assim, muitos casais preferem se separar a conversar sobre as dificuldades que enfrentam. 

A sexóloga explica que a contradição pode estar relacionada a diferentes motivos. Um deles é o fato de que cada pessoa traz um repertório diferente sobre sexualidade, que é construído ao longo da vida, pela vivência e pelo meio, e que gera nossas crenças, dores e preferências. "O que cada um pensa sobre e que é único e particular, e que o outro só conhecerá, à medida que dividimos com ele."

A especialista reforça que para que haja vontade de falar, é necessário haver confiança em relação ao tema e com cada um na relação. "Precisamos de autoconhecimento e um ambiente seguro para compartilhar. Algumas vezes, temos crenças e traumas que precisarão de um olhar mais especializado e aí contar com um terapeuta sexual é muito importante", defende. 

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Intimidade não é só na cama

Mas enquanto falar sobre o que um e outro gosta "na cama" é essencial, a intimidade não se limita às quatro paredes. "Diferente do que se pensa, a intimidade e a confiança são construídas na rotina do casal, fora da cama. Perguntem-se: qual o tempo de qualidade, sem distrações, estamos dedicando um ao outro?  Conseguimos nos perceber, mesmo na dificuldade daquilo que não conseguimos expressar", diz a especialista. 

Dicas para abordar o tema de maneira leve

Em meio aos possíveis traumas e considerando as diferenças sobre como cada um aborda o sexo na relação, conversar sobre o tema é necessário. Mas tão importante quanto é saber falar do assunto, para evitar que a conversa se torne pesada e contraproducente. 

Além de momentos juntos para criar mais intimidade, longe de filhos, celular e outras distrações, a sexóloga Chris Marcello sugere que casais se abram par abuscar maneiras divertidas e inovadoras para falar sobre sexo.

"Comprem baralhos 'puxa-conversas' sobre amor e sexo. São ótimos recursos para se descobrirem em uma noite à sós", diz. Outra dica dela é aproveitar cenas de filmes mais picantes para iniciar uma conversa sobre o assunto.

Para driblar a mesmice, a sexóloga sugere a leitura conjunta de “Sexo no Cativeiro” da psicoterapeuta belga-americana, Esther Perel. Além disso, Chris Marcello reforça a importância de buscar a ajuda de especialistas, como terapeutas sexuais. "Invistam em programas de imersões para casais com profissionais qualificados que conduzam vocês à reflexões que sozinhos, não fariam". 

Não jogue para "debaixo do tapete"

Mesmo que o casal esteja junto há décadas, sempre há espaço para criar ou renovar a intimidade. O importante é não jogar o problema para debaixo do tapete. "Pensando no casal que passa pelo desafio, é necessário que tenham disposição para reconhecer que existe um desafio neste território (...) Sexo é lúdico, divertido, leve, se estiver numa caixinha de dor para o casal, é preciso buscar ajuda de um profissional qualificado."

A especialista defende que para quebrar tabus sobre sexo, é importante falar sobre o assunto de maneira positiva e saudável, em um contexto maior de educação sexual. "Um tema urgente para ser inserido dentro de nossas casas, sem esperar iniciativas de escola e governo. É uma responsabilidade de nós, pais", finaliza.

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Fonte: Redação Terra Você
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