Por que adolescentes são considerados 'rebeldes'? Descubra o que diz a ciência
O que acontece no cérebro dos adolescentes? Entenda as mudanças desta fase
A adolescência sempre foi uma fase considerada complicada. Afinal, associa-se à rebeldia, impulsividade e conflitos. Mas a verdade é que, sob a luz da ciência, essas características fazem todo o sentido. E mais: são fundamentais para o desenvolvimento saudável dos adolescentes.
Afinal, o que é a adolescência?
Embora pareça óbvio, a adolescência é uma construção relativamente recente. Por muitos séculos, o jovem era visto como um adulto em formação - ou seja, apto para trabalhar, casar e assumir responsabilidades. A ideia da adolescência como uma fase de transição, com características próprias, surgiu entre os séculos 19 e 20, principalmente após leis que restringiram o trabalho infantil e ampliaram o acesso à educação.
Não existe um consenso absoluto de quando a adolescência começa e termina. No entanto, algumas definições ajudam a entender: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa é considerada adolescente dos 10 aos 19 anos. Já de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a fase é descrita entre os 12 e 18 anos.
Por que essa fase parece tão complicada?
O cérebro dos adolescentes está em profunda transformação. Durante essa fase, há uma verdadeira "obra de reforma" acontecendo lá dentro: conexões neurais são reorganizadas, o que melhora a eficiência do cérebro.
O problema é que o sistema responsável pelas emoções e busca por prazer amadurece antes do sistema que controla os impulsos e decisões racionais. Isso explica porque os adolescentes tendem a ser mais impulsivos, intensos e a assumir mais riscos.
Além disso, a produção de melatonina (hormônio do sono) acontece mais tarde no dia, o que faz com que seja naturalmente difícil para eles dormirem e acordarem cedo. É daqui que vem a famosa fama de "preguiçosos".
Desafios dos tempos modernos
Se ser adolescente já era desafiador antes, agora é ainda mais. A geração que cresceu com smartphones convive com impactos diretos na saúde mental, na autoestima e no desenvolvimento social. A busca constante por validação nas redes, a exposição a padrões irreais de beleza e o contato com conteúdos violentos ou nocivos tornam essa fase ainda mais delicada. Por isso, mais do que nunca, educação digital, diálogo aberto e apoio emocional são fundamentais para ajudar os jovens a atravessar essa etapa de maneira mais saudável.
Saber como funciona o cérebro, o corpo e os processos emocionais dos adolescentes permite que famílias, escolas e a sociedade criem ambientes mais empáticos, acolhedores e preparados para apoiar os jovens na construção de suas identidades e no enfrentamento dos desafios da vida moderna.