Mais da metade dos psicólogos usaram IA em 2025, revela estudo
Segundo a Associação Americana de Psicologia, a implementação da tecnologia nos consultórios garantiu maior eficiência e mais tempo dedicado aos pacientes
A Pesquisa de Opinião dos Profissionais de 2025, realizada em setembro pela Associação Americana de Psicologia (APA, da sigla em inglês), apontou que 56% dos psicólogos usaram Inteligência Artificial (IA) para auxiliar em seu trabalho ao menos uma vez nos últimos 12 meses.
Estudo mostra como a tecnologia é utilizada
De acordo com o levantamento, que contou com respostas de 1.742 profissionais norte-americanos, 29% recorrem a chatbots ao menos uma vez por mês. Ou seja, a IA está presente na rotina de quase três em cada dez psicólogos. Esse índice cresceu mais do que o dobro em comparação aos dados de 2024. Os pesquisadores, no entanto, esclarecem que apenas 8% utiliza a tecnologia no diagnóstico clínico.
A ocorrência é maior em tarefas administrativas, como a redação de e-mails e outros materiais (52%), geração de conteúdo (33%) e anotações. Além disso, cerca de 32% pede o auxílio da IA para resumir notas clínicas ou artigos. Os psicólogos justificam esse uso afirmando que os chatbots ajudam a trabalhar com precisão e a dedicar mais tempo aos pacientes.
"Os psicólogos são atraídos para esta área porque são apaixonados por melhorar a vida das pessoas, mas podem perder horas todos os dias com burocracia e lidando com as exigências, muitas vezes complexas, das seguradoras. A utilização de ferramentas de IA seguras e éticas pode aumentar a eficiência dos psicólogos, permitindo que eles alcancem mais pessoas e as atendam melhor", defendeu o CEO da APA, Arthur C. Evans Jr, em comunicado
Orientações para o uso de IA por psicólogos
A organização norte-americana, portanto, não é contrária à implementação da tecnologia nos consultórios, mas estabelece regras para preservar os direitos dos pacientes. Uma das recomendação da APA é solicitar o consentimento dos clientes e informá-los sobre os benefícios e os riscos da prática.
Ademais, os profissionais devem avaliar a qualidade da plataforma e a conformidade com as regulamentações sobre privacidade e segurança de dados. Assim, será possível evitar a influência de preconceitos e, por conseguintes, alterações graves nos resultados de saúde mental. Também é importante compreender como os dados de pacientes são usados, armazenados ou compartilhados pelas empresa.
"A inteligência artificial pode ajudar a aliviar algumas das pressões que os psicólogos enfrentam — por exemplo, aumentando a eficiência e melhorando o acesso aos cuidados — mas a supervisão humana continua sendo essencial. Os clientes precisam saber que podem confiar nos profissionais para identificar e mitigar riscos ou vieses que possam surgir com o uso dessas tecnologias em seus tratamentos", reforçou Evans.