Como a Geração Z enxerga o mundo? Pesquisa traz respostas
O estudo da Universidade Estadual de Montclair também revelou a percepção dos jovens adultos sobre o futuro e as questões por trás do aumento dos transtornos mentais, como ansiedade e depressão
Uma nova pesquisa, divulgada na Conferência da Sociedade para Análise de Risco de 2025, mostrou que os membros da Geração Z, nascidos entre 1997 e 2012, enxergam o mundo com pessimismo, considerando-o "um lugar assustador" e repleto de ameaças. De acordo com o autor do estudo, Gabriel Rubin, essa percepção pode estar associada ao aumento dos casos de transtornos mentais.
"Existe uma ideia errada de que a Geração Z tem altos índices de ansiedade e depressão porque são mimados demais ou sensíveis demais. Nas conversas, descobri que, além do estigma em torno da saúde mental estar diminuindo, os jovens enfrentam pressões enormes e preocupações diárias que, juntas, criam a imagem de um mundo muito perigoso", explicou em um comunicado.
Visão da Geração Z sobre o planeta
O pesquisador da Universidade Estadual de Montclair realizou, entre o final de 2022 e 2025, entrevistas com jovens da região nordeste dos Estados Unidos. Dessa forma, identificou que a grande maioria enxerga o planeta como um local onde há risco por toda parte. No entanto, conforme relata Rubin, em uma primeira análise, os voluntários se mostraram mais positivos. Já com o passar do tempo, tornaram-se cada vez mais céticos e passaram a apresentar uma visão pessimista.
Segundo a pesquisa, a percepção está relacionada tanto às experiências vividas durante a quarentena da Covid-19 quanto ao receio de ataques, principalmente tiroteios em massa. Além disso, o especialista identificou que o bombardeio de notícias sobre esses eventos nas mídias sociais eleva o medo dessa geração. Por esses motivos, então, os Gen Z também adotaram uma visão mais preto no branco, em que os espaços são seguros ou perigosos.
Ademais, eles começaram a desacreditar que podem mudar o mundo, demonstrando ainda pessimismo sobre o futuro e preocupação excessiva com questões dificilmente solucionáveis, como as mudanças climáticas. De acordo com Rubin, o receio atinge principalmente as mulheres. Isso porque elas sentem que seus direitos, como a proteção reprodutiva, estão ameaçados e em retrocesso.
Recomendações para preservar a saúde mental
Como consequência do medo crescente, os jovens desenvolvem com maior frequência distúrbios mentais, como ansiedade e depressão, além de apresentarem pensamentos suicidas. Por isso, para melhorar essa percepção e o bem-estar, o pesquisador sugere selecionar cuidadosamente os conteúdos consumidos nas redes sociais, evitando o contato excessivo com imagens angustiantes.
Outra orientação é, quando necessário, apresentar aos membros dessa geração o contexto por trás das tragédias. Dessa forma, é possível ajudar a enxergar onde realmente residem os riscos, reduzindo o medo generalizado. Também é importante investir em campanhas de saúde mental, a fim de abordar as causas dessa percepção de risco e estimular o envolvimento em movimentos sociais.