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Trintão na Disney: Frozen bomba, e não adianta reclamar

♪ ♫ ♩ Let it gooooo ♫ ♭ ♪

9 jun 2015 - 08h45
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Você anda pelo Downtown Disney e observa jovens com orelhas de Michey / Minnie cantando pelo bouleavard de lojas que até me fez lembrar da galera católica na Jornada Mundial da Juventude, em 2013, no Rio. Todo mundo gritando como torcida organizada, uns pelo papa Francisco, outros, por que não, por Walt Disney. Os caras, aliás, estão ampliando a já considerável área, e têm um projeto bem impressionante para isso – não vou entrar em detalhes de maquete.

Foto: Divulgação

Quando você é convidado a conhecer um legítimo bangalô no Polinesia Resort, com “alohas” no discurso de boas vindas dos funcionários, você descobre que, ao lado de todo o mundo da magia, há, claro, opções de extremo luxo. Por US$ 2 mil a diária você e toda a sua família (em torno de até umas 10 pessoas) usufruem até uma pequena piscina particular.

Mas nada, nada chama mais a atenção nesse momento Disney, ainda mais para um marinheiro de primeira viagem que nem sabia quem era Olaf, o frenesi em torno dela, Frozen. Antes de viajar tinha pedido um rápido resumo da história ao eu editor, já que a sua filha, a Laura, aparentemente também foi possuída pelo mantra do “Let it Gooooooo”.

Aí vi que eram duas irmãs na história, a Anna e a Elsa. Dentro do Hollywood Studios, o primeiro baque foi ver a galera cantando em uníssono a trilha sonora inteira. Me senti em arquibancada com a torcida rival, mas depois me acostumei com a devoção, e os atores eram engraçados. Foi quando meu deu o real clique de que Frozen é mesmo uma grande aposta e trunfo da Disney.

Uma atração está sendo planejada para os parques, já existem cruzeiros que além de shows com os personagens, te levam até a Dinamarca, de onde o reino de Arendelle foi inspirado. Com duração de sete a onze noites, o Disney Cruise Line percorrerá neste verão no hemisfério norte de quatro a seis cidades do país nórdico, passando pela famosa região dos fiordes.

Imagina falar para a criança que ela vai fazer um cruzeiro para a terra da Frozen? O moleque, a moleca, piram o cabeção. Seguindo o modelo de negócios do moderno show business, a Disney soube muito bem faturar com o seu novo tema – já incluído na tradicional parada do Magic Kindgom. Aliás, os caras são tão sagazes que nesses cruzeiros all inclusive eles têm babás que cuidam e promovem atividades para as crianças, uma creche em alto mar, para os pais relaxarem e usufruírem das atrações do transatlântico. Eles pensam em tudo.

Foto: Divulgação

Nessa excursão dentro da temática Frozen, Anna e Elsa levam os hóspedes para conhecer as cidades de escala da viagem, com destaque para a parada em Alesund. Além da navegação já citada pelos fiordes, como em Geiranger, listado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, você conhece também Molde, Olden, Bergen, e Stavanger. Tudo a partir de US$ 3600 por pessoa, mais taxas.

Por mais que os aviões hoje partam com menos passageiros com a alta do dólar em um momento de maior recessão no país, a Disney faz a sua parte. Invoca a magia e o crédito. Quem ainda pode bancar, não deixa de aproveitar. E se compensa ainda com turistas de muitos outros países, que lotam parques como o Animal Kingdom, a África dentro do mundo Disney.

Quando você vai fazer o safári – agora, devidamente avisado que teriam bichos, sem ver girafas onde se espera pássaros – a fila de gente que enche rapidamente os caminhões que partem para um rolê por elefantes, leões e afins, é impressionante. Você vê aquele fluxo de diversão, o fordismo impregnado na escala produtora de entretenimento, e não tem como não se impressionar.

É o que temos que aprender com os americanos. Por mais que tenha me tornado um pseudo-adolescente em alguns momentos pelos parques, a sensação, a mensagem que a Disney passa hoje para um trintão é que ela está preparada para você, para o seu formato de família, o hotel que melhor te receberá (pelo que você pode pagar e pelo tamanho da família buscapé) enfim, o caras são foda. Achei que, no fundo, como sempre acontece com o tempo, absorvi muito menos magia, e muito mais empreendedorismo. Foi bom enquanto durou. 

Foto: André Naddeo / Terra
Foto: André Naddeo / Terra
Foto: André Naddeo / Terra
Foto: André Naddeo / Terra
Foto: André Naddeo / Terra
Foto: André Naddeo / Terra
Fonte: Terra
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