Estudo revela por que bebês não devem consumir açúcar; confira
Pesquisadores descobriram que a restrição de alimentos açucarados pode retardar o surgimento de doenças e ainda reduzir o risco de desenvolvê-las
Já existe a recomendação médica de evitar que bebês consumam açúcar nos primeiros anos de vida para prevenir impactos no crescimento. Agora, um novo estudo publicado na revista científica The BMJ reforça ainda mais essa orientação ao revelar que a restrição da substância na infância está associada a um menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares na terceira idade.
Entendendo os riscos dos alimentos adoçados
A pesquisa utilizou informações de saúde de 63.433 adultos britânicos nascidos no início da década de 1950, disponíveis no banco de dados do UK Biobank. O levantamento focou nesse grupo porque, entre 1942 e setembro de 1953, o governo do Reino Unido restringiu o consumo de açúcar apenas aos adultos e às crianças com mais de dois anos de idade.
Dessa forma, os especialistas descobriram que os bebês que não tiveram acesso à substância apresentaram menores chances de receber um diagnóstico cardiovascular aos 60 anos. De acordo com o estudo, a probabilidade de sofrer um ataque cardíaco reduziu em 25%. Além disso, o risco de insuficiência cardíaca caiu 26%, o de arritmias 24% e o de acidente vascular cerebral (AVC) 31%.
Os pesquisadores relacionam esse fenômeno ao fato de que a restrição de açúcar ajudou a proteger contra o diabetes tipo 2 e a hipertensão arterial, condições que costumam danificar sobrecarregar o coração. Eles explicam que o baixo consumo da substância tornou essas pessoas mais resistentes a tais doenças. Além disso, a dieta diferenciada preveniu diferenças no desenvolvimento dos vasos sanguíneos e alterações na eficiência metabólica.
Efeitos do açúcar durante a gestação
Segundo o levantamento, verificou-se um aumento dos impactos positivos quanto maior foi o tempo sem ingerir alimentos açucarados. Por isso, em muitos casos, a restrição ainda retardou o surgimento de doenças em cerca de 2,5 anos. Em contraposição, o consumo de açúcar pela mãe durante a gestação mostrou prejuízos para o coração, como a má formação do músculo cardíaco.
Além disso, o excesso da substância na gravidez foi associado ao estresse na placenta, o que dificulta a chegada de nutrientes ao feto. Portanto, a recomendação é limitar a ingestão de açúcar até o terceiro ano de vida do bebê, a fim de facilitar seu desenvolvimento e preservar a saúde a longo prazo.