Receitinhas caseiras para limpeza doméstica funcionam mesmo?
Especialista alerta para riscos de danos à superfícies e à saúde; vinagre, bicarbonato e limão podem causar reações alérgicas e queimaduras
A especialista Priscilla Castro alertou sobre os riscos de recorrer a 'receitas caseiras' da internet para limpeza, como o uso do vinagre, bicarbonato de sódio, pasta de dente e limão. O ideal é seguir as recomendações específicas de cada produto.
Em busca de alternativas práticas e econômicas para a limpeza doméstica, as pessoas tendem a experimentar as populares "receitinhas caseiras" compartilhadas nas redes sociais. Contudo, as fórmulas mágicas compartilhadas pela web levantam uma dúvida: essas soluções são realmente eficazes e seguras?
Priscilla Castro, especialista em limpeza e embaixadora da Ecoville, comenta sobre os erros mais comuns e desmistifica algumas dessas práticas.
De acordo com a especialista, arriscar receitas caseiras e realizar misturas já é um grande erro e pode ser muito perigoso. “Quando misturamos diversos produtos, eles podem gerar gases tóxicos e causar reações alérgicas”, alerta.
Limpeza com vinagre
Uma das soluções populares que circulam na internet é o uso do vinagre como um limpador multiuso. No entanto, Priscilla ressalta os riscos dessa prática.
“O vinagre é um produto ácido e já tivemos casos onde clientes seguiram receitas da internet para limpar pisos de porcelanato polido com vinagre, acabando por manchá-los. Por ele ser ácido, pode corroer superfícies, principalmente mármores e porcelanatos”.
Em vez disso, ela sugere o uso de um multiuso com oxigênio ativo, que limpa diversas superfícies sem causar danos.
Limpeza com bicarbonato de sódio
Outra solução comum é o uso do bicarbonato de sódio como desinfetante. No entanto, a especialista adverte que a composição de sua fórmula, composta de sódio, hidrogênio, carbono e oxigênio, faz com que o bicarbonato tenha uma função abrasiva, podendo danificar algumas superfícies, como mármore e porcelanato polido.
“Jamais deve ser utilizado em superfícies como alumínio, mármore e vidros, pois pode remover o brilho das superfícies em que é aplicado”, destaca. A especialista completa informando que o bicarbonato pode, sim, ser utilizado apenas para remoção de manchas sensíveis à variação de pH, como as provocadas por molhos ou maquiagem.
Por ser uma substância alcalina, causa uma abrasão removendo manchas, mas se utilizado a longo prazo, pode danificar os tecidos. O ideal é substituir a opção caseira por um produto multiuso de solução neutra.
Limpeza com pasta de dente
Quanto ao uso da pasta de dente para remover manchas e riscos de superfícies, Priscilla aponta que todas as pastas possuem algum grau de abrasividade, o que pode auxiliar na remoção de algumas manchas, mas também danificar superfícies brilhantes ou polidas.
“Pode, ainda, danificar louças e paredes, especialmente os cremes dentais com partículas”, enfatiza.
Limpeza com limão
Ao considerar a limpeza com limão, é importante ter em mente os riscos envolvidos. Embora seja popular nas redes sociais como um desinfetante natural, o limão pode causar manchas na pele e até queimaduras de segundo grau se utilizado inadequadamente, especialmente sob a exposição solar.
Além disso, devido à sua acidez, qualquer tipo de superfície pode ser danificada com o uso do limão. Priscilla Castro aconselha não combinar o limão com outros produtos de limpeza, pois isso pode resultar em reações indesejadas.
Em situações em que o limão é desejado como solução de limpeza, é mais seguro optar por produtos químicos que contenham limão em sua composição, como os multiusos ou limpadores flotadores.
"É crucial entender a importância dos produtos de limpeza adequados para cada superfície e necessidade específica, sendo fundamental alinhar o produto de limpeza com o objetivo desejado. Se queremos remover gordura, limpamos de uma forma, se queremos limpar o piso, é outra abordagem. Cada objetivo requer um produto específico. Por isso, ao buscar soluções de limpeza, devemos priorizar a eficácia e, claro, a segurança dos produtos que utilizamos”, conclui a especialista.
