Moda retrô de Maysa ainda é atual
Mais do que a vida intensa e cheia de altos e baixos da cantora Maysa (1936-1977), a minissérie Maysa - Quando fala o Coração, que termina na próxima semana na Rede Globo, recria também os figurinos usados pela artista. Os anos 1950, 1960 e 1970 passam pela tela do programa e se mostram extremamente atuais. As peças, selecionadas pela figurinista Marília Carneiro, provam que se você quiser dar uma olhadinha no baú de sua mãe ou de sua avó, vai encontrar o que usar nos dias de hoje.
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Exuberante e forte, a figura de Maysa desfilou desde as roupas mais chiques - ela garantia que seu guarda-roupa tinha peças de marcas, como Dior e Chanel -, principalmente nos anos 1950, quando ainda era Matarazzo ou quando seu sucesso estourou, a partir de 1957. Depois usou de minivestidos a batas, jeans e rasteirinhas. E mesmo engordando e emagrecendo, sempre teve um apurado senso estético e bom gosto.
Festas
Dá sim para ir a festas ou ocasiões mais formais com os vestidos de saias amplas, mais acinturados, com o dorso mais justo, numa boa e bela lembrança do New Look Dior. O colo sempre valorizado com decotes e colares de pérolas.
Miti Shitara, professora de História da Moda das Faculdades Santa Marcelina e FMU, lembra que os tecidos de cetim e tafetá eram também próprios da época para as festas e ocasiões de gala. "Nos anos 1980, Christian Lacroix trouxe de volta o glamour daquela época", diz.
Casacos e tubinhos
Golas amplas e afastadas também são ícones daquela época, como vistas nos casacos topper, com altura pouco abaixo da cintura ou logo depois dos quadris. Na minissérie, dá para ver também uma releitura dos conjuntos criados por Chanel, após a reabertura de sua Maison, em 1954. Os vestidos do tipo tubinho usados com casacos e tailleurs, também fazem parte do guarda-roupa de hoje.
Calças
Nos anos 1960, a moda começou a pedir uma certa liberdade, e as mulheres puderam enfim usar calças compridas. Façanha, no entanto, já experimentada por Maysa na adolescência, nos anos 1950. A minissérie retratou o dia em que ela e uma amiga passearam pelas ruas de São Paulo com calça cigarrete e camisa. E graças a mulheres como ela, essa peça se tornou indispensável.
Curtos
A balança nunca foi amiga de Maysa. Aumentava e diminuía de peso constantemente, principalmente por causa do vício do álcool. Mas quando emagrecia, ousava ainda mais. Não era raro aparecer, principalmente depois da instituição mundial da minissaia, em meados dos anos 1960, de vestidos curtos. E vale lembrar que essa peça é motivo de admiração até mesmo dos homens.
Hippie
Os anos 1970 chegaram e foi nessa década que Maysa nos deixou, após um acidente com sua Brasília azul na Ponte Rio-Niterói. Naquele janeiro de 1977, ela voltava para sua casa em Maricá, litoral norte fluminense. Lá, buscava tranqüilidade. Não era raro ver Maysa de batas e sandálias rasteiras. Nesse verão, essas peças garantem um visual despojado. "Caftãs mais largos e de tecidos leves também sempre foram ótimos para esconder gordurinhas a mais", explica Miti Shitara.