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Economia diz ser favorável a trocar meta sobre desmatamento até 2023

Pasta não explica no comunicado se aceitará a proposta de conservação de 390 mil hectares na Amazônia, rejeitada em discussões internas, ou se ainda aguarda uma alternativa mais ampla

4 ago 2020 - 13h07
(atualizado às 16h02)
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BRASÍLIA - O Ministério da Economia afirmou nesta terça-feira, 4, ser favorável à mudança de meta sobre prevenção e controle de desmatamento de incêndios em todos os biomas no País, prevista no Plano Plurianual (PPA) do governo de 2020 a 2023.

"O Ministério da Economia concorda com o pleito apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente, de tornar a meta do Programa de Prevenção e Controle do Desmatamento e do Incêndio dos Biomas do PPA compatível com as metas definidas no Acordo de Paris", afirma nota divulgada à imprensa. Pelo acordo citado, o Brasil se compromete a zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

A manifestação da Economia foi divulgada após o Estadão revelar que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pede para ser desconsiderado o objetivo de reduzir desmatamentos e queimadas ilegais em 90% no País. Em troca, deseja comprometer-se a conservar 390 mil hectares de floresta nativa na Amazônia, área menor do que 0,1% da Amazônia Legal.

Como mostrou a reportagem, a área técnica do Ministério da Economia afirmou que os parâmetros de preservação até podem ser alterados, mas apontou insuficiência na alternativa apresentada. "Tem-se que a meta proposta para o combate ao desmatamento e incêndio florestal no País objetiva proteger 0,07% da cobertura florestal amazônica com um projeto piloto de pagamento de serviços ambientais da floresta. Dessa maneira, acreditamos que o Programa Floresta+ é relevante, porém insuficiente", afirma o documento revelado pela reportagem. O programa citado foi lançado recentemente e ainda está em fase embrionária.

O PPA foi aprovado em dezembro passado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, que não vetou a meta questionada pelo Meio Ambiente. O plano serve para balizar a elaboração do Orçamento da União.

Nota técnica do Ministério da Economia em resposta ao pedido do Salles conclui que proposta apresentada pelo Meio Ambiente de mudar meta de preservação até 2023 não é "adequada"
Nota técnica do Ministério da Economia em resposta ao pedido do Salles conclui que proposta apresentada pelo Meio Ambiente de mudar meta de preservação até 2023 não é "adequada"
Foto: Reprodução/Documento / Estadão

A meta de quatro anos proposta por Ricardo Salles, e rejeitada em documentos internos da Economia, corresponde a aproximadamente um terço do que foi desmatado no bioma amazônico no período de julho de 2018 a agosto de 2019. Neste intervalo, a destruição total da floresta chegou a 1 milhão de hectares, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A nova proposta ainda acaba com metas para os demais biomas brasileiros.

Na nota divulgada nesta terça-feira, a Economia afirma concordar que outros ministérios se envolvam no trabalho necessário para objetivos metas do PPA. "Desse modo, as metas intermediárias devem indicar os programas que serão utilizados nos próximo 4 anos para contribuir para zerar o desmatamento ilegal em 10 anos, e é isso que está sendo ajustado no PPA", afirma a Economia.

A Economia não explica no comunicado se aceitará a proposta de conservação de 390 mil hectares na Amazônia, rejeitada em discussões internas, ou se ainda aguarda uma alternativa mais ampla. Procurado na última sexta-feira, segunda-feira e nesta terça-feira, o Meio Ambiente afirmou que "acordou com a Economia apenas o detalhamento e a transversalidade da meta". A pasta não explicou a razão da alteração e se há risco de o objetivo tornar-se muito limitado.

Análise feita pela equipe técnica da pasta comandada por Paulo Guedes afirma que programa Floresta+, proposto por Salles como alternativa à meta inicial do PPA, é "relevante", porém "insuficiente"
Análise feita pela equipe técnica da pasta comandada por Paulo Guedes afirma que programa Floresta+, proposto por Salles como alternativa à meta inicial do PPA, é "relevante", porém "insuficiente"
Foto: Reprodução/Documento / Estadão
Estadão
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