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Por que a Cetesb recomenda não pescar e nadar em trecho do Rio Tietê que deveria ter águas límpidas

Prática de esportes náuticos também não é orientada entre Botucatu e Barra Bonita, no interior de SP; empresa que opera usina diz que concentração de aguapés é decorrente de fatores externos, como a variação de temperaturas

18 fev 2025 - 19h06
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Uma grande concentração de aguapés voltou a cobrir o Rio Tietê entre Botucatu e Barra Bonita, no interior de São Paulo. Nesta terça-feira, 18, os tapetes de plantas formavam oito manchas ao longo de 60 km do rio e seus afluentes. No fim de semana, barcos que levavam turistas em passeios pelo Tietê não conseguiram transpor a eclusa da Usina Hidrelétrica de Barra Bonita por causa das plantas aquáticas.

Trecho do Rio Tietê coberto por aguapés em Anhembi, onde começa o reservatório da hidrelétrica de Barra Bonita.
Trecho do Rio Tietê coberto por aguapés em Anhembi, onde começa o reservatório da hidrelétrica de Barra Bonita.
Foto: Marquinhos Batista/Câmara de Anhembi/Divulgação / Estadão

Além do turismo, o lazer e a pesca são afetados. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) orienta a população a "não nadar, pescar ou praticar esportes náuticos nessas áreas".

As plantas se acumulam em enseadas, curvas, pontes e afluentes e se deslocam de acordo com o volume de água da chuva e a direção do vento. No domingo, banhistas que se dirigiram à prainha do bairro Rio Bonito, no Rio Tietê, em Botucatu, conhecida por suas águas límpidas, não conseguiram se refrescar, devido ao excesso de plantas.

2,9 milhões de pessoas afetadas

O Grupo de Trabalho (GT) Macrófitas Hidrovia Tietê-Paraná, criado em 2022, para discutir soluções para o excesso de plantas aquáticas, diz que o problema está afetando direta e indiretamente 109 municípios do Médio e Baixo Tietê, e uma população estimada em 2,9 milhões de pessoas. O grupo é integrado por empresários, ambientalistas, pesquisadores, associações de pesca e representantes das prefeituras e do governo estadual, além de especialistas no manejo dessas plantas.

O GT estima que o excesso de aguapé causa um prejuízo superior a R$ 50 milhões por mês à região. Só os pescadores têm perdas de R$ 30 milhões mensais com a interrupção da pesca, danos em barcos e redes. A prefeitura de Barra Bonita estima perda de R$ 10 milhões mensais com o turismo e outras atividades.

Segundo o GT, embora o excesso de plantas possa ser retirado com dragas e outros equipamentos, a única operação que está sendo realizada no momento é o "vertimento controlado" das plantas aquáticas acumuladas na barragem de Barra Bonita.

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Estado diz que o Programa Rios Vivos, gerido pela SP Águas e responsável por promover ações de recuperação ambiental em cursos d'água, atendeu o município de Botucatu no primeiro ciclo (encerrado em 2023), com investimento de R$ 1,5 milhão e com a retirada de 17,8 mil metros cúbicos de sedimentos, inclusive plantas.

Diz ainda que a SP Águas está à disposição para receber as solicitações de prefeituras interessadas em participar do terceiro ciclo do programa, que terá início ainda neste trimestre de 2025.

Estadão
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