Por que a alta recorde de gás carbônico na atmosfera preocupa: 'Tudo vai ficando mais quente'
Secretário-executivo do Observatório do Clima destaca, na 'Rádio Eldorado', que o efeito estufa não é o vilão do aquecimento global
O secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, alerta ser "extremamente preocupante" o recorde de dióxido de carbono na atmosfera em 2024. O dado foi divulgado na semana passada pela Organização Meteorológica Mundial.
"Não foi só o recorde de CO2. Também foi o maior salto de concentração de gases de um ano para o outro", disse Astrini nesta segunda-feira, 20, em sua coluna semanal na Rádio Eldorado, do Grupo Estado. "Quanto mais gás na atmosfera, mais temos problemas aqui embaixo na Terra."
Astrini aponta que o efeito estufa não é o vilão. "Só estamos vivos no planeta porque ele existe." O ambientalista explica que o efeito estufa é como "um cobertor formado por gases" que fica na atmosfera, composto por metano, dióxido de carbono e óxido nitroso: "eles seguram na Terra parte do calor que a gente recebe do Sol".
"Se não houvesse efeito estufa, o planeta teria uma temperatura média de cerca de 30ºC a menos. Seria uma bola de gelo, sem condições de vida como nós conhecemos hoje", diz.
O problema? "Estamos fazendo com que esse cobertor fique mais grosso" ao usar petróleo e carvão, que emitem gases de efeito estufa. "Como qualquer cobertor mais grosso, ele retém mais calor. Então, estamos transformando nossa manta térmica na atmosfera em um edredom, e aqui embaixo na Terra tudo vai ficando mais quente."
Isso, explica Astrini, traz recordes de calor, perda de safra agrícola, secas e incêndios. Essa é a importância das Conferências do Clima da ONU, como a COP-30, que acontece em novembro, em Belém, defende o ambientalista, para limitar o aquecimento global.
Ouça a coluna completa de Marcio Astrini na Rádio Eldorado: