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A inteligência artificial vai piorar as mudanças climáticas?

Até 2025, espera-se que o setor de tecnologia consuma 20% da eletricidade produzida no planeta e seja responsável por 5,5% do total das emissões de carbono

4 set 2023 - 09h43
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Na medida em que os data centers, essenciais para a vida digital, se multiplicam, as emissões de carbono do setor tecnológico aumentam. Já os defensores da inteligência artificial (IA) dizem que a tecnologia pode, na verdade, ajuda a diminuir o volume de poluentes na atmosfera.

Há muito em jogo: até 2025, espera-se que o setor consuma 20% da eletricidade produzida em todo o planeta e seja responsável por 5,5% do total das emissões de carbono. Além disso, a proliferação de utilizações e aplicações cada vez mais exigentes em termos de energia irá provavelmente acelerar ainda mais esse ritmo.

"A caixa de Pandora está aberta", reconhece Arun Iyengar, executivo chefe da Untether AI, empresa que busca fabricar semicondutores de baixo consumo de energia para IA. "Podemos usar a IA para melhorar as aplicações e torná-las compatíveis com os requisitos climáticos. Ou não fazer nada e sofrer as consequências", diz.

A transformação dos servidores de dados do mundo para estarem prontos para a inteligência artificial está em andamento. Esse é um processo que um executivo do Google chamou de "ponto de inflexão computacional que ocorre uma vez em uma geração".

Corrida pela eficiência energética

O desenvolvimento de ferramentas generativas de IA, como o chatbot GPT-4, base do sucesso do ChatGPT, ou o Palm2 do Google, para Bard, envolve duas etapas, ambas com alto consumo de energia. Uma delas é a a etapa de "treinamento"; a outra é a fase de execução.

Pesquisadores da Universidade de Massachusetts (EUA) que testaram essas ferramentas em 2019 descobriram que o treinamento de um único modelo de IA pode ser responsável por uma quantidade de emissões semelhante à de cinco carros ao longo de sua vida útil.

Um estudo mais recente do Google e da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) estimou que o treinamento do GPT-3 emitiu 552 toneladas de emissões de carbono. A quantidade se assemelha às emissões de um automóvel que dirige por dois milhões de quilômetros.

O modelo de próxima geração da OpenAI, GPT-4, é treinado com cerca de 570 vezes mais parâmetros (ou entradas) do que seu antecessor. A escala destes sistemas só aumentará na medida em que a IA se tornar mais poderosa e onipresente.

O diretor da Nvidia, Jensen Huang, acredita que a implementação massiva de IA e a maior velocidade das ferramentas computacionais podem acabar provocando redução na demanda pela nuvem e, portanto, no consumo do setor. Graças à inteligência artificial, laptops, smartphones e carros podem se tornar supercomputadores de baixo consumo de energia que não precisam recuperar dados da nuvem.

"No futuro, você terá um processador minúsculo em seu telefone e 90% dos pixels serão gerados. Os 10% restantes serão obtidos online, em vez dos 100% atuais. Então, você consumirá menos", afirmou Huang.

Alguns especialistas, no entanto, acreditam que a corrida precipitada para a IA desvia a atenção dos riscos ambientais. "Atualmente, as grandes empresas gastam enormes quantias para implantar a IA. Não creio que ainda estejam preocupadas com o impacto ambiental. Mas penso que essa hora chegará", diz Arun Iyengar./AFP

Estadão
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