Menos de 6% da população vive em unidades de conservação, diz IBGE em levantamento inédito
Publicação é um subsídio ao monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pelas Nações Unidas
Menos de 6% da população brasileira vive em unidades de conservação, com maior concentração em áreas urbanas e em Áreas de Proteção Ambiental (APAs), conforme dados inéditos do IBGE vinculados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Cerca de 5,82% da população brasileira reside em unidades de conservação. O percentual refere-se a 11,8 milhões de brasileiros que estão espalhados por 1.138 unidades de conservação em 1.375 municípios. O dado, divulgado nesta sexta-feira, 11, faz parte do Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE.
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É a primeira vez que o instituto faz um mapeamento do tipo. Segundo o IBGE, ao retratar o perfil demográfico das populações que vivem em unidades de conservação, atende-se a uma demanda de órgãos ambientais, ambientalistas, pesquisadores e outros, que podem usar os dados para nortear suas ações.
Além disso, a publicação é um subsídio ao monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pelas Nações Unidas. A pesquisa abarca especificamente o ODS 15: "proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade".
- As unidades de conservação são espaços territoriais com características naturais relevantes, que foram assim instituídos pelo Poder Público, com o objetivo de conservação ambiental.
No Brasil, a maioria (78,71%) da população residente em áreas de conservação está na zona urbana, sendo que a grande parte do total (97,10%) está em Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
As APAs são uma categoria que permite a instalação de populações e têm como intuito o ordenamento da urbanização. Atualmente, a APA com maior número de moradores é a do Planalto Central, localizada no Distrito Federal (DF), com 601.773 residentes.
O DF, inclusive, é hoje a unidade da Federação com o maior percentual de sua população morando em uma área de proteção ambiental: 39,16%.
O percentual é muito acima que seus vizinhos do Centro-Oeste: em Mato Grosso, apenas 0,8% da população vive em unidades de conservação; em Goiás, 3,81%; e em Mato Grosso do Sul, 7,96%, único da região com percentual acima da média brasileira, que é de 5,82%.
Uso sustentável e de proteção
O IBGE detalha ainda que há dois tipos de unidades de conservação: as de uso sustentável e as de proteção ambiental. No segundo tipo, em tese, não é permitida a instalação de populações. Porém, cerca de 131.492 pessoas residem atualmente em áreas de proteção ambiental.
Ainda assim, o órgão detalha que não necessariamente essa população está irregular. O número pode abranger povos originários, pessoas em processo de desapropriação, entre outras.
O Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo são os Estados com os maiores percentuais do total de pessoas vivendo em áreas de proteção ambiental: 29,03%, 23,30% e 7,57%, respectivamente.