Há anos se fala sobre o alto consumo de água causado pela IA: tudo começou com um livro que exagerou esse aspecto
Erro de cálculo aumentou em mil vezes a quantidade de água consumida por um data center
Podemos criticar o boom da IA por muitos motivos, mas há um que afetou profundamente a sociedade: o impacto ambiental, mais especificamente o consumo de água necessária para resfriar os servidores a cada interação com a IA. O problema é real, mas tudo indica que foi amplificado e a origem estaria em um erro de cálculo em um livro popular.
Trata-se de "Império da IA", escrito por Karen Hao. Após entrevistar centenas de ex-funcionários e pessoas próximas à empresa, a autora constrói um relato detalhado e extremamente crítico da OpenAI, mais especificamente de seu CEO, Sam Altman. Entre as críticas a esse "império da IA", Hao menciona o consumo excessivo de água pela IA, chegando a afirmar que um data center consumiria mil vezes mais água do que uma cidade de 88 mil habitantes.
Andy Masley comenta sobre isso em sua newsletter The Weird Turn Pro. Segundo seus cálculos, na realidade, o consumo seria de 22% do que uma cidade consome, ou 3% de todo o sistema municipal. Além disso, Masley afirma que o livro confunde extração de água (retirada temporária que é devolvida à rede) com consumo real.
O erro de cálculo
A própria autora respondeu ao artigo de Masley citando o e-mail que enviou ao Serviço Municipal de Água e Esgoto do Chile (SMAPA), ao qual solicitou informações sobre o consumo total de água de Cerrillos e Maipú, as localidades que utilizou para fazer a comparação de consumo.
O problema é que Hao solicitou a quantidade em litros, mas a resposta não especificou a unidade, e...
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