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Viagem de 14 horas para publicar vídeo e notificação via rádio: youtubers ribeirinhas fazem sucesso ao mostrar rotina em comunidade no AM

Fabíola e Fabiane estiveram na COP30 e falaram sobre a importância de mostrar a realidade amazônica como criadoras de conteúdo

22 nov 2025 - 23h06
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Resumo
Irmãs ribeirinhas do AM, criadoras do canal “As ribeirinhas da Amazônia”, ganham destaque ao compartilhar a rotina na comunidade e participar da COP30, ressaltando a importância de mostrar a realidade amazônica e inspirar jovens.
As ribeirinhas da Amazônia”, Fabíola e Fabiane, participaram da COP30 e falaram sobre o sucesso de seu canal no YouTube
As ribeirinhas da Amazônia”, Fabíola e Fabiane, participaram da COP30 e falaram sobre o sucesso de seu canal no YouTube
Foto: Mariana Castro/Terra

Conhecidas nas redes sociais como “As ribeirinhas da Amazônia”, as irmãs Fabíola e Fabiane Pedrosa, ambas de 25 anos, conversaram com o Terra sobre o trabalho que desenvolvem nas redes sociais com seu canal de mesmo nome no YouTube, que passa dos 450 mil inscritos. As jovens vivem na comunidade de Santa Luzia do Baré, no interior do Amazonas, e compartilham sua rotina nos vídeos que produzem desde 2021.

Elas contam que a ideia foi dada por um amigo, Maurício Cabral, que defendeu o carisma das jovens para estar à frente das câmeras. Outra dupla de youtubers do Mato Grosso, Dalcio e Marilda Araújo, do canal “Jabuti Motor Home”, viu as irmãs em um vídeo de outro criador e se ofereceu para ajudá-las a tornar o projeto realidade. Isso porque a falta de internet e energia elétrica dificultava a comunicação e publicação dos conteúdos na plataforma de vídeos.

“Na época que isso aconteceu, a gente viajava cerca de 14 horas de ‘rabeta’, num ‘canoão’ até a cidade mais próxima e enviava esses vídeos por partes pra eles. Quando eles conseguiam receber, eles montavam o vídeo e publicavam pra gente”, conta Fabíola. A cidade mais próxima da comunidade é Tefé, também no interior do estado.

As irmãs lembram com bom humor do momento em que descobriram que um de seus vídeos tinha viralizado e seu canal passaria a ser monetizado.

“Na época não tinha internet na comunidade, então essas pessoas que estavam nos apoiando ligaram de São Paulo, onde estavam, pra rádio em Tefé e falaram 'quero passar um aviso pras meninas que o canal delas está com 70 mil visualizações'”, revela a jovem.

Após quatro anos, elas contam que o canal virou fonte de renda principal da família de agricultores e possibilitou a compra de um gerador, o acesso à internet em casa por um aparelho da Starlink e a realização de um sonho antigo. “Hoje a gente tem um barco, graças ao canal, que vinha sendo construído há 10 anos, a gente nunca conseguia terminar. Hoje a gente tira uma renda desse barco e é um dos sonhos da família que foi realizado”, diz Fabiane.

Participação em eventos da COP30

As ribeirinhas foram convidadas a estar na conferência em Belém pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e participaram de painéis no evento ao lado de outros criadores de conteúdo amazônicos. Elas refletiram sobre a importância de se posicionarem no debate sobre as mudanças climáticas.

"Nós sofremos com problemas climáticos desde sempre. Na nossa comunidade, pra gente ter acesso à água potável tem basicamente dois anos, a gente mora lá há 30 anos. Todas essas secas severas que tiveram nos últimos anos, a gente sofreu. Tivemos que cavar uma cacimba [poço raso] por 7 dias", relatou Fabíola.

A melhora nas condições de vida para a comunidade onde vivem também é grande motivador para o trabalho feito no canal. As irmãs contam que, atualmente, os moradores de Santa Luzia do Baré têm acesso à energia elétrica, mas somente na parte da noite. A distribuição de água potável depende dessa energia e, hoje, só é suficiente para consumo e preparação de alimentos. “E também tem a comunicação. A gente só se comunica se tiver energia, e não tem energia todo dia”, revela Fabiane.

A persistência em seguir com o canal, dizem elas, vem da vontade de motivar outros jovens da região a compartilharem suas histórias.

“Nosso objetivo é incentivar mais jovens que nem nós, que moram em lugares isolados, a conseguir fazer uma renda e se manter nos seus territórios, não precisar sair das suas comunidades para as cidades, a não ser que seja em busca de estudo”, afirma Fabíola.

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Fonte: Portal Terra
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