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De Olho na COP 30: Ciência e Inovação terão papel central na conferência de Belém

O conhecimento tradicional das comunidades amazônicas precisa dialogar com as pesquisas científicas e tecnologias avançadas de mitigação e adaptação, de forma a proporcionar o desenvolvimento de soluções climáticas efetivas e justas

27 fev 2025 - 08h22
(atualizado em 28/2/2025 às 08h58)
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Vista aérea do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém: durante a COP 30, parceria com o museu contribuirá para que a Casa Inovação Finep funcione como um espaço de interação e divulgação de propostas integradas para solucionar os desafios brasileiros no contexto da crise climática global. Divulgação, Museu Goeldi, CC BY
Vista aérea do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém: durante a COP 30, parceria com o museu contribuirá para que a Casa Inovação Finep funcione como um espaço de interação e divulgação de propostas integradas para solucionar os desafios brasileiros no contexto da crise climática global. Divulgação, Museu Goeldi, CC BY
Foto: The Conversation

A 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30) representa um momento histórico significativo na agenda global do clima, marcando uma década desde a assinatura do emblemático Acordo de Paris, que estabeleceu metas ambiciosas para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Simultaneamente, esta conferência celebra o trigésimo terceiro aniversário da ECO 92, a pioneira Cúpula da Terra realizada no Rio de Janeiro, que lançou as bases para a cooperação internacional em questões ambientais e de desenvolvimento sustentável.

A realização da COP 30 em Belém, no coração da Amazônia, representa uma oportunidade histórica para posicionar a ciência como pilar fundamental nas discussões sobre mudanças climáticas. Este momento histórico demanda uma integração sem precedentes entre o conhecimento científico e a tomada de decisões políticas, considerando o papel dos biomas brasileiros, em especial da maior floresta tropical do mundo, no equilíbrio climático global. Um aspecto fundamental desta conferência será o reconhecimento e valorização dos conhecimentos ancestrais e inovações sustentáveis desenvolvidos pelos povos indígenas e comunidades tradicionais.

A escolha da Amazônia como sede evidencia a necessidade de unir diferentes perspectivas científicas e políticas. O conhecimento tradicional das comunidades amazônicas, acumulado ao longo de gerações, precisa dialogar com as pesquisas científicas e tecnologias avançadas de mitigação e adaptação, de forma a proporcionar o desenvolvimento de soluções climáticas efetivas e justas.

Por meio de pesquisas aprofundadas, os cientistas desenvolvem projeções sobre cenários futuros de aquecimento e seus impactos, além de conduzirem avaliações sistemáticas sobre a eficácia das políticas de conservação e restauração. No contexto da implementação do Acordo de Paris, a ciência assume papel central ao guiar o desenvolvimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas dos países signatários. Isto se materializa através do estabelecimento de metodologias robustas para contabilização de emissões e da definição de critérios técnicos para avaliação de projetos de mitigação e adaptação.

Para maximizar o potencial científico da COP 30 é imperativo o fortalecimento da infraestrutura de pesquisa na região amazônica). Este fortalecimento deve ser acompanhado por uma ampliação significativa do financiamento para projetos científicos climáticos e pelo estabelecimento de mecanismos efetivos de transferência de tecnologia. A criação de pontes sólidas entre a comunidade científica e os tomadores de decisão também se mostra fundamental para o sucesso do evento.

A ciência não representa apenas mais um elemento na COP 30, mas constitui o alicerce sobre o qual todas as discussões e decisões devem se fundamentar. O sucesso deste encontro histórico está intrinsecamente ligado à capacidade de traduzir o conhecimento científico em ações concretas e políticas efetivas para o enfrentamento da crise climática. A Amazônia se apresenta não apenas como cenário, mas como um laboratório vivo para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis que podem moldar o futuro da ação climática global.

Neste aspecto, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) assumirá um papel protagonista durante a COP 30 através da Casa Inovação Finep, uma iniciativa estratégica em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi. Este espaço inovador será um hub de convergência entre ciência, tecnologia e sociedade, proporcionando um ambiente extraordinário para exposições e diálogos que conectam o conhecimento científico e saberes tradicionais com as mais recentes inovações tecnológicas.

A parceria com o Museu Goeldi, instituição centenária e referência em pesquisas sobre a Amazônia, potencializa o poder de divulgar os projetos inovadores apoiados pela Finep em narrativas acessíveis e impactantes para diversos públicos. A Casa Inovação Finep representará, assim, um marco na democratização do conhecimento científico durante a COP 30, oferecendo um espaço onde a sociedade pode interagir e conhecer soluções integradas para os desafios brasileiros no contexto da crise climática global.

Celso Pansera foi ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação entre 2015 e 2016, e é presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)

The Conversation
The Conversation
Foto: The Conversation

Celso Pansera é presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

The Conversation Este artigo foi publicado no The Conversation Brasil e reproduzido aqui sob a licença Creative Commons
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