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Cerca de 900 milhões de pessoas pobres estão expostas a perigos climáticos, alerta ONU

Segundo relatório, secas, enchentes e calor extremo afetam de forma desproporcional populações em situação de pobreza

17 out 2025 - 07h03
(atualizado às 08h21)
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Resumo
Relatório da ONU revela que cerca de 900 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema enfrentam riscos climáticos graves, como calor, secas, enchentes e poluição, destacando desigualdades e a urgência de ações climáticas.
Inundação no Nepal, em 2024
Inundação no Nepal, em 2024
Foto: Subaas Shrestha/NurPhoto via Getty Images

Quase 80% das pessoas mais pobres do mundo, cerca de 900 milhões, estão diretamente expostas a perigos climáticos exacerbados pelo aquecimento global, suportando uma "carga dupla e profundamente desigual", alertou nesta sexta-feira, 17, a Organização das Nações Unidas (ONU).

"Ninguém está imune aos efeitos das mudanças climáticas, cada vez mais frequentes e severas, como as secas, inundações, ondas de calor e a poluição do ar, mas são os mais pobres entre nós que enfrentam o impacto mais severo", afirmou em um comunicado Haoliang Xu, administrador interino do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A COP 30, reunião de cúpula climática da ONU que acontecerá no Brasil em novembro, "é o momento para que os líderes mundiais considerem a ação climática como uma ação contra a pobreza", acrescentou.

Segundo um estudo anual publicado pelo PNUD em parceria com a Iniciativa de Pobreza e Desenvolvimento Humano de Oxford, 1,1 bilhão de pessoas, ou 18% dos 6,3 bilhões de habitantes em 109 países analisados, vivem em um cenário de pobreza "multidimensional aguda". Isso inclui fatores como mortalidade infantil, acesso à moradia, ao saneamento, energia elétrica e educação.

Metade das pessoas afetadas são menores de idade.

"Especialmente suscetíveis"

A África Subsaariana e o sul da Ásia são particularmente afetados por esta pobreza e são muito vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

O relatório enfatiza a conexão entre a pobreza e a exposição a quatro riscos ambientais: calor extremo, secas, inundações e poluição do ar.

"Famílias empobrecidas são especialmente suscetíveis aos choques climáticos, pois muitas dependem de setores muito vulneráveis, como a agricultura e o trabalho informal", apontou o relatório.

Quando os perigos se sobrepõem ou ocorrem repetidamente, eles agravam as privações existentes", acrescenta o documento.

Como resultado, 887 milhões de pessoas, ou quase 79% das pessoas pobres, estão diretamente expostas a pelo menos uma ameaça. 608 milhões enfrenta o calor extremo, 577 milhões afetadas pela poluição, 465 milhões por inundações e 207 milhões por cenários de seca.

Mais de 650 milhões de pessoas estão expostas a pelo menos dois riscos, 309 milhões a três ou quatro riscos, e 11 milhões de pessoas pobres já enfrentaram os quatro em apenas um ano.

"A pobreza concomitante e os perigos climáticos são claramente um problema global", afirma o relatório.

Com o aquecimento global, a situação provavelmente vai piorar e os especialistas alertam que os países mais pobres de hoje serão os mais afetados pelo aumento das temperaturas. /AFP

Estadão
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